Brasil vive tensão máxima por Sete de Setembro

Governo reforça segurança nas capitais, que devem receber centenas de milhares de manifestantes ao longo do feriado da Independência; nas redes sociais, há protestos marcados em ao menos 170 cidades de mais de 20 Estados; Forças Armadas poderão atuar pela proteção dos desfiles; em Brasília, mascarados serão presos, enquanto no Rio e em São Paulo não haverá repressão; como em junho, pautas principais passam por melhoria nos serviços públicos, combate à corrupção e mudanças no sistema político brasileiro

Governo reforça segurança nas capitais, que devem receber centenas de milhares de manifestantes ao longo do feriado da Independência; nas redes sociais, há protestos marcados em ao menos 170 cidades de mais de 20 Estados; Forças Armadas poderão atuar pela proteção dos desfiles; em Brasília, mascarados serão presos, enquanto no Rio e em São Paulo não haverá repressão; como em junho, pautas principais passam por melhoria nos serviços públicos, combate à corrupção e mudanças no sistema político brasileiro
Governo reforça segurança nas capitais, que devem receber centenas de milhares de manifestantes ao longo do feriado da Independência; nas redes sociais, há protestos marcados em ao menos 170 cidades de mais de 20 Estados; Forças Armadas poderão atuar pela proteção dos desfiles; em Brasília, mascarados serão presos, enquanto no Rio e em São Paulo não haverá repressão; como em junho, pautas principais passam por melhoria nos serviços públicos, combate à corrupção e mudanças no sistema político brasileiro (Foto: Gisele Federicce)


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247 – O País vive um momento de tensão máxima na manhã deste sábado, Sete de Setembro. A expectativa é que centenas de milhares de pessoas saiam às ruas ao longo do dia para protestar em todas as capitais, e, com base no número de manifestações agendadas nas redes sociais, em mais de 170 cidades de ao menos 20 Estados.

O governo já se prepara contra conflitos e atos de vandalismo, aumentando o efetivo de policiais, bombeiros e até agentes do Detran, para organizar o trânsito nas cidades. As Forças Armadas também podem atuar, em defesa dos participantes dos desfiles em Brasília e no Rio. Alguns municípios chegaram a cancelar seus desfiles, com receio de violência.

Em São Paulo, acontece o tradicional Gritos dos Excluídos, organizado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que reúne diversos movimentos sociais no parque da Independência, no bairro histórico do Ipiranga. Em Brasília, o governo prepara uma imensa operação para garantir com segurança o desfile militar comandado pela presidente Dilma Rousseff. Às 16h, os atos devem se concentrar no estádio Mané Garrincha, onde o Brasil joga contra a Austrália.

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Numa medida que gerou polêmica, a Polícia Militar de Brasília garantiu que os mascarados serão presos. Quem estiver com o rosto coberto durante os protestos na capital federal, será detido até que se identifique. Já nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o secretário de Segurança José Mariano Beltrame informaram nesta sexta-feira que não haverá repressão nesse sentido.

Como nas manifestações de junho, quando mais de um milhão de pessoas saíram às ruas em todo o País, por dias seguidos, as reivindicações gerais dos protestos passam por melhorias nos serviços públicos, combate à corrupção, contra a impunidade e mudanças no sistema eleitoral brasileiro. Pautas mais específicas focarão na prisão dos envolvidos do chamado 'propinoduto' tucano nos trens de São Paulo e na prisão dos condenados na Ação Penal 470, fim do voto obrigatório e diminuição do número de deputados.

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Muitos atos estão sendo liderados pelo grupo de hackers Anonymous na internet, que ontem invadiram a conta do jornal O Globo no Twitter em defesa da democratização da mídia. Os ativistas lembraram que as Organizações Globo apoiaram a ditadura, chamaram seu jornalismo de o "nojento, corrupto e desprezível" e criticaram a "manipulação da 'grande' mídia". Nas mensagens publicadas pelo perfil d´O Globo durante o ataque, os Anonymous também convocaram a população para as manifestações deste sábado.

Policiais federais também farão protestos no 7 de Setembro

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Policiais federais do Acre, de Alagoas, da Bahia, do Mato Grosso, de Rondônia e do Distrito Federal também promoverão protestos durante o feriado da Independência. Na capital federal, a manifestação deve ocorrer em frente ao Ministério do Planejamento. A categoria reivindica melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira.

Os policiais protestaram nesta sexta-feira 6 em sete estados (Amapá, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Pernambuco e Sergipe). Os agentes, escrivães e papiloscopistas cobram enquadramento com a carreira de nível superior.

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"Queremos as atribuições de agentes, escrivães e papiloscopistas reconhecidas em lei, pois como isso não ocorre, eles são regidos apenas por normas internas da Polícia Federal e não se sabe efetivamente qual o papel de cada um", disse o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luis Antônio Boudens.

O governo propôs reajuste salarial de 15,8% dividido em três anos, mas a categoria rejeitou a proposta. "Desde 2002, estamos sofrendo perdas salariais e, por isso não aceitamos essa proposta", acrescentou.

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De acordo com o vice-presidente da Fenapef, 30% dos policiais fazem tratamento psicológico ou tomam remédios em decorrência de problemas relacionados às condições de trabalho. Procurados pela Agência Brasil, a Polícia Federal e o Ministério da Justiça informaram que não irão se manifestar sobre os protestos.

Forças Armadas atuarão na proteção dos participantes do desfile

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As Forças Armadas estão preparadas para realizar ações de defesa dos participantes do desfile de 7 de Setembro e de garantia do patrimônio da União, informou nesta sexta-feira 6 o Comando Militar do Leste (CML). "Vamos lembrar que não são só tropas militares [que desfilam]. Temos jovens, crianças e idosos desfilando", ressaltou o assessor de imprensa do CML, coronel Roberto Itamar.

O coronel ressaltou que existem medidas de segurança que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica poderão adotar para proteger os participantes do desfile, mas o tipo de ação será definido em função do que ocorrer. "Se [o fato] é menos grave ou mais grave. É todo um código de conduta de emprego gradual da força, em função do ocorrido, que vai ditar, no momento, a ação a ser tomada", explicou.

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Se houver manifestações pacíficas na hora do desfile, não haverá problema, disse o militar. "Qualquer manifestação pacífica não atrapalhará em nada o andamento do desfile cívico. Esperamos que não haja ações violentas contra ninguém", acrescentou o coronel Itamar.

O Centro de Coordenação de Operações vai funcionar no Palácio Duque de Caxias, sede do CML, com a integração das áreas de segurança, inteligência e logística. De acordo com o CML, as medidas de segurança pública e de trânsito estarão a cargo dos órgãos estaduais e municipais.

A Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro atuará com 1.900 homens e 80 veículos nas ruas. Por questões de planejamento de segurança, não foram divulgados os locais que receberão o reforço de policiamento. A PM informou apenas que mil policiais estarão na área em torno do desfile de 7 de Setembro, no centro do Rio, desde as primeiras horas da manhã deste sábado.

Este ano, a possibilidade de manifestações populares na cidade levou a Polícia Militar a montar um esquema especial de policiamento e, por isso, a corporação será representada no desfile por somente 200 alunos da Academia Dom João VI, a escola de formação de oficiais. O curso dura três anos, e os alunos que participarão da apresentação são de todos os níveis de formação.

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre os protestos:

Feriado deve reunir milhares de pessoas em manifestações pelo país

Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O feriado em comemoração ao Dia da Independência deve reunir milhares de pessoas em protestos por todo o país. Eles se organizaram principalmente por meio das redes sociais, a exemplo das manifestações que ocuparam as principais cidades brasileiras em junho e julho. Nas páginas na internet em que são articulados os movimentos, a menção é que hoje (7) vai ocorrer "a maior manifestação da história do Brasil", com a confirmação de presença de quase 400 mil pessoas em todo o país.

Pelo Facebook, há comunidades e eventos de vários grupos - Anonymous Brasil, Isto é Brasil, Brasil contra Corrupção, Quero o Fim da Corrupção, AnonymousBR, Plano Anonymous Brasil, Povo Brasileiro, AnonOpsBrazil, Positive Vibrations, entre outros. Foram criadas hashtags para o dia, como a #OperaçaoSeteDeSetembro e #Op7, que podem ser usadas no Twitter e no Instagram para facilitar as buscas. A maioria das manifestações começa agora de manhã.

A pauta de reivindicações se assemelha à de meses atrás. São demandas mais gerais, como o fim da corrupção, a insatisfação em relação ao governo do PT, a reforma política e a melhoria dos serviços públicos. Há questões mais recentes, como a prisão dos condenados pela Ação Penal 470, o processo do mensalão, a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o voto aberto nas deliberações do Congresso.

O temor, no feriado deste ano, é em relação a atos de violência e de vandalismo que podem ocorrer em meio às comemorações cívicas ou às manifestações. Órgãos de inteligência do governo monitoraram a internet ao longo do mês para rastrear movimentações de pessoas com o objetivo de incitar esse tipo de protesto - como a depredação de locais públicos e ataques a policiais -, como ocorreu em manifestações anteriores O objetivo é agir de forma a evitar maiores tumultos.

Medidas de segurança vêm sendo tomadas e a população foi alertada para cooperar com o policiamento nas ruas e nos locais de eventos. As pessoas estão sendo orientadas a não levar bolsas e mochilas, que deverão ser revistadas, e a não usar máscaras no rosto ou qualquer outra coisa que impeça a identificação. O manifestante que se recusar a mostrar o rosto e se identificar deverá ser levado a uma delegacia para que isso seja feito. Se necessário, a pessoa poderá ficar detida até que a identificação seja feita.

Em Brasília, é esperado um fluxo de cerca de 150 mil pessoas ao longo do dia, devido às manifestações, ao desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, e ao amistoso entre as seleções do Brasil e da Austrália, às 16h, no Estádio Nacional Mané Garrincha. Em redes sociais, as confirmações de presença chegam a 28 mil pessoas. A expectativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal é de que entre 40 e 50 mil pessoas participem dos protestos - fluxo que irá se somar às 30 mil esperadas para o desfile cívico de 7 de Setembro, com a presença da presidenta Dilma Rousseff e de outras autoridades. Para o jogo de futebol, o público deverá ser de 68 mil pessoas.

A concentração para as manifestações está marcada para a praça do Museu da República, com caravanas, inclusive de outros estados. Todos esses eventos ocorrerão em um raio de 5 quilômetros, que será monitorado por aproximadamente 6,2 mil agentes de segurança - entre policiais militares, policiais civis, bombeiros e agentes de trânsito.

Na capital, também haverá o 19º Grito dos Excluídos: Juventude que Ousa Lutar, Constrói o Projeto Popular, mobilização promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o objetivo de protestar contra a desigualdade, o desemprego, a fome, e propor meios alternativos ao modelo econômico e social atual.

Em São Paulo, o principal ato, na Avenida Paulista, tem 20 mil confirmações de presença em páginas na internet. Em outras cidades, no litoral e interior, também há manifestações previstas. No Rio, o protesto será na Cinelândia, onde são esperadas cerca de 16 mil pessoas. Na Região Sudeste, estão previstas manifestações em Belo Horizonte (com a expectativa de 13,4 mil pessoas) e Vitória (7,2 mil pessoas).

Na Região Sul, Florianópolis (3,2 mil pessoas), Curitiba (9,7 mil pessoas) e Porto Alegre (4,8 mil pessoas) têm protestos programados. No interior dos estados, também haverá manifestações. Na Região Centro-Oeste, além do Distrito Federal, Goiânia (11,1 mil pessoas) e Cuiabá (6,4 mil pessoas) se mobilizaram por meio das redes sociais para o 7 de Setembro.

No Norte, Rio Branco (1,7 mil pessoas), Macapá (600 pessoas), Manaus (4,6 mil pessoas), Belém (400 pessoas), Porto Velho (1,3 mil pessoas) e Palmas (70 pessoas) organizaram manifestações. No Nordeste, os protestos se concentrarão principalmente nas capitais - Maceió (2,2 mil pessoas), Salvador (10,5 mil pessoas), Fortaleza (9,8 mil pessoas), São Luís (2,2 mil pessoas), João Pessoa (3,1 mil pessoas), Recife (8,5 mil pessoas), Teresina (800 pessoas), Natal (1,5 mil pessoas) e Aracaju (1,5 mil).

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