Brasil vai ampliar concessão de vistos para haitianos

Além do estímulo à entrada regular no Brasil, o governo federal quer articular parcerias com estados que recebem os refugiados – principalmente o Acre – e dialogar com países por onde os haitianos passam antes de chegar ao território nacional; País também vai facilitar o acesso a serviços públicos de educação, saúde e emprego dos imigrantes

Além do estímulo à entrada regular no Brasil, o governo federal quer articular parcerias com estados que recebem os refugiados – principalmente o Acre – e dialogar com países por onde os haitianos passam antes de chegar ao território nacional; País também vai facilitar o acesso a serviços públicos de educação, saúde e emprego dos imigrantes
Além do estímulo à entrada regular no Brasil, o governo federal quer articular parcerias com estados que recebem os refugiados – principalmente o Acre – e dialogar com países por onde os haitianos passam antes de chegar ao território nacional; País também vai facilitar o acesso a serviços públicos de educação, saúde e emprego dos imigrantes (Foto: Gisele Federicce)


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Luana Lourenço e Danilo Macedo - Repórteres da Agência Brasil*

O Brasil vai ampliar a concessão de vistos para haitianos para coibir a entrada ilegal dos imigrantes no país e facilitar o acesso a serviços públicos de educação, saúde e emprego. Atualmente, cerca de mil vistos de entrada no Brasil são concedidos a cidadãos haitianos por mês, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.

Além do estímulo à entrada regular no Brasil, o governo federal quer articular parcerias com estados que recebem os refugiados – principalmente o Acre – e dialogar com países por onde os haitianos passam antes de chegar ao território nacional. As medidas foram anunciadas hoje (30) após reunião entre os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Justiça, José Eduardo Cardozo; das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e representantes de mais cinco ministérios.

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"Vamos ter um novo tipo de organização dessa entrada deles [haitianos] para atendê-los de uma forma que evite os coiotes [pessoas que cobram pela travessia de imigrantes]. Hoje em dia os haitianos estão sendo vítimas, para chegar ao Brasil, dos coiotes. O que nós queremos e buscamos é que tirem o visto nas nossas embaixadas, ou no Haiti ou na rota de caminho para o Brasil, para que entrem aqui devidamente documentados e protegidos de quadrilhas de crime organizado que fazem esse tráfico de pessoas", explicou o ministro Figueiredo.

Segundo o chanceler, o governo brasileiro já havia multiplicado em dez vezes a emissão de vistos para haitianos. "Estamos dando hoje dez vezes mais vistos do que dávamos antes. Estamos fazendo um trabalho importante nessa área que é, sem dúvida nenhuma, o caminho pelo qual queremos que os haitianos venham: com visto, para garantir a entrada normal, pelos aeroportos e portos do Brasil, e não uma entrada precária nas mãos de quadrilhas", acrescentou.

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O ministro da Justiça disse que os cidadãos haitianos que entrarem no Brasil de forma regular terão prioridade no acesso aos serviços públicos. O governo brasileiro não descarta ainda a possibilidade de políticas específicas para os haitianos, como aulas de português para os que não falam o idioma.

Desde o terremoto que arrasou o Haiti em 2010, o Brasil tem recebido milhares de refugiados do país caribenho. Na última semana, a transferência de haitianos que estavam em um abrigo em Brasileia, no Acre, para São Paulo e estados da região Sul aumentou a tensão sobre a questão dos imigrantes, que chegam ao Brasil principalmente por vias ilegais. Pelo menos 900 haitianos entram sem visto no território brasileiro por mês, segundo José Eduardo Cardozo.

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No começo da próxima semana, o governo federal vai fazer reuniões com os governadores do Acre, Tião Viana, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, para discutir a situação dos haitianos que já estão no Brasil e dos imigrantes que continuarão a chegar. Segundo Cardozo, a ideia é auxiliar os estados na organização da entrada e prestação de serviços aos imigrantes, como emissão de documentos e acesso a hospitais e escolas.

Apesar do estímulo à regularização da entrada de novos imigrantes do Haiti, o governo brasileiro diz que não se trata de uma política de atração de imigrantes. "Nós os recebemos, mas não queremos atraí-los, do ponto de vista de ter uma política específica para isso. Vamos recebê-los, o Brasil tem tradicionalmente uma política de acolhimento do estrangeiro que vêm [para cá]. Essa é a nossa postura. Não é de botar transporte para trazer. Quem chegar aqui obviamente terá o tratamento que o Estado brasileiro historicamente dá aos estrangeiros", destacou Cardozo.

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*Colaborou Paulo Victor Chagas

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