Brasil pede ajuda de Portugal na Operação Lava Jato
Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal afirmou que recebeu pedido de autoridades brasileiras para cooperação no âmbito da Operação Lava Jato e está investigando operações relacionadas à Portugal Telecom; primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, negou nesta segunda-feira 20 qualquer que o ex-presidente Lula tenha feito qualquer tipo de lobby em favor de empresas brasileiras, especialmente a Odebrecht
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Reuters - A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal afirmou nesta terça-feira que recebeu pedido de autoridades brasileiras para cooperação no âmbito da Operação Lava Jato e está investigando operações relacionadas à Portugal Telecom.
"A PGR recebeu, das autoridades brasileiras, pedido de cooperação judiciária internacional, através de carta rogatória. Tal pedido insere-se no âmbito da Operação Lava Jato", informou a PGR de Portugal, em comunicado. A Operação Lava Jato investiga esquema de corrupção envolvendo contratos da Petrobras.
Mais cedo nesta terça-feira, o jornal português Público informou que o Ministério Público de Portugal está investigando envolvimento de políticos brasileiros e portugueses, acionistas e executivos no negócio de venda de ações da Portugal Telecom na Vivo para a Telefónica em 2010.
A operação teve como resultado o cruzamento de posições acionárias entre Oi e Portugal Telecom.
Procurada, a Oi disse que não comentaria o assunto. A Telefônica Brasil, que vende serviços sob a marca Vivo no país, não respondeu a pedidos de comentários.
De acordo com a procuradoria portuguesa, a carta está em segredo de Justiça e, por isso, seu objeto e diligências relacionadas não podem ser divulgados.
"Existem investigações em curso relacionadas com a Portugal Telecom, as quais se encontram em segredo de Justiça", acrescentou a PGR, sem dar mais detalhes.
A Portugal Telecom é a maior operadora de telecomunicações de Portugal e foi vendida em janeiro pela Oi ao grupo de mídia francês Altice. A operadora portuguesa foi afetada pelo colapso financeiro do Grupo Espírito Santo no ano passado, o que pôs fim à fusão da companhia com a Oi.
A holding Portugal Telecom SGPS, atualmente conhecida como Pharol, permaneceu com uma participação de 27,5 por cento na Oi.
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, questionado na segunda-feira por jornalistas, disse que não participou de nenhuma forma de favorecimento ilícito de empresas brasileiras, nem foi pressionado para tal.
(Por Daniel Alvarenga, com reportagem adicional de Luciana Bruno, em São Paulo)
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