Brasil já tem um carro ou moto para cada duas casas

Cenário verificado pelo Ipea aponta para maior acesso da população a automóveis e motocicletas; Santa Catarina (75%), Paraná (68%) e Distrito Federal (68%) tem maiores índices de motorização por domicílio; crescimento da motorização no País foi de nove pontos percentuais entre 2008 e 2012; por outro lado, crescimento do poder de compra apresenta novos desafios para garantir a mobilidade urbana; crescer é bom, mas pode ser dolorido

Cenário verificado pelo Ipea aponta para maior acesso da população a automóveis e motocicletas; Santa Catarina (75%), Paraná (68%) e Distrito Federal (68%) tem maiores índices de motorização por domicílio; crescimento da motorização no País foi de nove pontos percentuais entre 2008 e 2012; por outro lado, crescimento do poder de compra apresenta novos desafios para garantir a mobilidade urbana; crescer é bom, mas pode ser dolorido
Cenário verificado pelo Ipea aponta para maior acesso da população a automóveis e motocicletas; Santa Catarina (75%), Paraná (68%) e Distrito Federal (68%) tem maiores índices de motorização por domicílio; crescimento da motorização no País foi de nove pontos percentuais entre 2008 e 2012; por outro lado, crescimento do poder de compra apresenta novos desafios para garantir a mobilidade urbana; crescer é bom, mas pode ser dolorido (Foto: Marco Damiani)


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Thais Leitão

Repórter da Agência Brasil

Brasília - Mais da metade dos domicílios brasileiros (54%) contam com pelo menos um automóvel ou uma motocicleta para o deslocamento dos seus moradores. Essa proporção, relativa a 2012, representa um aumento de 9 pontos percentuais na comparação com 2008, quando 45% dos lares tinham um veículo particular. A tendência, segundo comunicado divulgado hoje (24) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é que o número aumente ainda mais nos próximos anos.

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O cenário, segundo o Ipea, aponta, de um lado, para o maior acesso da população, inclusive os segmentos de menor renda, aos automóveis. De outro, indica intensificação dos desafios para os gestores dos sistemas de mobilidade, uma vez que a maior taxa de motorização dos brasileiros contribui para elevação no número de acidentes, de congestionamentos e dos índices de poluição.
Problemas relativos à mobilidade urbana, especialmente em regiões metropolitanas, foram apontados como estopim das mobilizações que levaram às ruas, em diversas cidades do país, milhares de brasileiros, em junho.
De acordo com o documento, o fato de grande parte da população ainda não ter a propriedade de veículos pode contribuir para uma piora ainda mais intensa nesse quadro nos grandes centros urbanos, sobretudo nas regiões com menor percentual de motorização (Norte e Nordeste).

"Cada vez mais, os domicílios de baixa renda terão acesso ao veículo privado, já que metade deles ainda não tem automóvel ou motocicleta, e as políticas de incentivo à sua compra são muito fortes", diz o texto. "Resta ao poder público estabelecer políticas para mitigar as externalidades geradas pelo aumento do transporte individual, já que as tendências apresentadas corroboram a tese de piora das condições de trânsito nas cidades brasileiras", acrescentam os técnicos do Ipea, no comunicado.
Considerando a posse de veículos privados por estado, o levantamento revela que os maiores índices são verificados em Santa Catarina (onde 75% dos domicílios têm carro ou moto), no Paraná (68%) e no Distrito Federal (64%). Por outro lado, Alagoas (32%) tem o menor índice de motorização por domicílio.

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O levantamento também traz dados sobre o tempo de deslocamento entre casa e trabalho. Dois terços (66%) da população gastam até 30 minutos diariamente nesse trajeto, "mas há uma clara tendência de piora, em função do crescente aumento da taxa de motorização da população conjugado com a falta de investimentos públicos nos sistemas de transporte público ao longo das últimas décadas". Ainda segundo o documento, 10% gastam mais de uma hora nesse deslocamento.

O estudo do Ipea mostra ainda que as políticas de auxílio ao transporte, como o vale-transporte, atingem pouco as classes sociais mais baixas. Aproximadamente 40% dos trabalhadores brasileiros recebem esse tipo de auxílio, mas os menores percentuais de cobertura estão nas famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo. Segundo o estudo, apenas 11% das famílias nessa condição recebem auxílio-transporte, enquanto entre as famílias com renda superior a cinco salários mínimos o percentual é 36%.

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De acordo com o comunicado, esse cenário "levanta questões sobre a eficácia desse tipo de medida, especificamente para os trabalhadores informais e os desempregados".
Edição: Davi Oliveira

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