Brasil diz não à energia nuclear

Manifestaesem So Paulo, Recife, Salvador e no Rio pedem o fim do Programa Nuclear Brasileiro



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247, com informações do Mercado Ético – Ativistas e organizações da sociedade civil realizarão na noite desta quarta-feira, pela primeira vez na história do País, atos públicos simultâneos para pedir a suspensão das obras da usina Angra 3 e o fim do Programa Nuclear Brasileiro. As manifestações, que devem se estender das 18h às 22h, serão realizadas em São Paulo (na Praça da Liberdade), Rio de Janeiro (sede da Eletrobras), Recife (em frente ao Palácio do Campo das Princesas) e em Salvador (nas proximidades do Elevador Lacerda). Os atos terão caráter pacífico, afirmam os organizadores.

A mobilização dos ativistas brasileiros é mais um reflexo, no plano internacional, do desastre nuclear em Fukushima, no Japão, que se seguiu ao terremoto de 8,9 graus na escala Richter registrado no dia 11. Logo após a tragédia, manifestações pipocaram na Europa, levando vários governos a reverem a utilização do átomo em suas políticas energéticas. No Brasil, até agora, só o Greenpeace havia colocado a boca no trombone, promovendo, no dia 18, um ato em frente ao Palácio do Planalto. Agora, parece que essa bandeira ecológica começa a ser empunhada por outros segmentos da sociedade.

“A forma como o Programa Nuclear Brasileiro é gerenciado demonstra extrema falta de respeito e de responsabilidade com a população. Quanto mais dinheiro público for investido nessa tecnologia, maiores serão os riscos para todos os brasileiros”, afirma André Amaral, ativista antinuclear e diretor da ong EcoGreens, uma das principais organizadoras dos protestos programados para a noite desta quarta. “O Brasil tem potencial para gerar duas vezes mais eletricidade do que consome atualmente apenas através da energia dos ventos, que é muito mais barata que a nuclear.”

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Críticas como a de Amaral não seriam toleradas em 1976, em plena ditadura militar, quando o Programa Nuclear Brasileiro começou a sair do papel. Naquela ocasião, o general Ernesto Geisel assinou com a Alemanha Ocidental um acordo para a instalação de 10 usinas no País. As duas primeiras estão em operação em Angra dos Reis, no Litoral fluminense, onde o governo planeja instalar a terceira. A retomada das obras de Angra 3, decidida em 2007, durante o governo Lula, serviu, aliás, como estopim para a reativação do movimento antinuclear. Para os ativistas, a decisão foi tomada sem transparência, consulta pública e a devida aprovação pelo Congresso Nacional, em flagrante desacordo com a Constituição Federal. Eles também argumentam que as obras não podem ser retomadas tendo por base um licenciamento ambiental incompleto e sem que haja melhorias no plano de emergência para a região do município de Angra dos Reis (RJ).

Inimigos dos átomos, os ambientalistas pretendem apresentar opções à sociedade e ao governo. Nos atos públicos desta quarta-feira, também será reivindicada a aprovação, em caráter de urgência, do Projeto de Lei de Energias Renováveis, estacionado no Congresso Nacional há mais de um ano. O projeto estabelece condições fiscais, econômicas e estruturais para o estabelecimento de uma indústria de energias limpas no País. “É hora de cobrarmos transparência no setor energético brasileiro, exigir investimento em fontes limpas, seguras e renováveis para garantir a redução das emissões de gases que provocam o aquecimento global e evitar o uso de tecnologias perigosas e poluentes como a nuclear”, diz Paula Collet, coordenadora da ong 350 Brasil.

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Atos Antinucleares

Quarta-feira, 23 de março de 2011, das 18h às 22h
Locais:
- São Paulo: Praça da Liberdade, nas imediações do Metrô Liberdade
- Rio de Janeiro - Sede da Eletrobras, Av. Presidente Vargas, 403, Centro
- Salvador - Praça Municipal, nas imediações do Elevador Lacerda
- Recife - Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual

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