Bolsonaro recebeu embaixador saudita no dia em que ministro trouxe sua proposta de R$ 16,5 milhões
Na embaixada, Bolsonaro chegou ao almoço acompanhado do filho, o senador Flávio Bolsonaro, e do ex-ministro das Relações Exteriores, Carlos França.
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247 — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encontrou-se com o embaixador da Arábia Saudita em Brasília no mesmo dia em que o ex-ministro Bento Albuquerque retornou de uma viagem a Riad com joias no valor de R$ 16,5 milhões, informou o jornal O Globo. Bento, a partir do dia 22 de outubro de 2021, por quatro dias, representou o governo brasileiro em reuniões bilaterais, conferências sobre meio-ambiente e reuniões com a realeza saudita.
Segundo a reportagem, em 25 de outubro, data em que os compromissos de Albuquerque no país árabe encerraram-se, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que não participou da viagem, encontrou o embaixador saudita em Brasília. No mesmo dia, ex-ministro iniciava o retorno ao Brasil, vindo as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, um presente da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presente acabou apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Na embaixada da Arábia Saudita, na residência de Ali Abdullah Bahittam, no Lago Sul, em Brasília, Bolsonaro chegou ao almoço acompanhado do filho, o senador Flávio Bolsonaro, e do ex-ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Estavam presentes outros diplomatas de países do Oriente Médio membros do Conselho de Cooperação do Golfo.
Os brasileiros permaneceram na embaixada saudita por aproximadamente uma hora e meia e fotos mostram o ex-presidente sorridente, sentado em uma cadeira ao lado do embaixador saudita. Bolsonaro e o filho também surgem com o diplomata segurando o que parecem presentes, como uma caneta e trajes típicos.
A participação no encontro não estava na agenda pública de Bolsonaro nem na de França e o Planalto também não divulgou o teor do que foi tratado durante o almoço com os embaixadores.
Em relação às joias apreendidas, houve quatro tentativas frustradas de reaver os produtos, envolvendo três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores) e militares. No dia 28 de dezembro de 2022, o próprio Bolsonaro enviou um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que os bens fossem destinados à Presidência da República.
O Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, determinará na segunda-feira a abertura de inquérito para investigar Jair e Michelle Bolsonaro pelos crimes de corrupção, contrabando e lavagem de dinheiro no caso das joias de R$ 16,5 milhões recebidas ilegalmente da monarquia saudita, que tem negócios no Brasil.
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