Avião que matou 16 em Recife falhava ao decolar

Modelo LET 410, de fabricao tcheca, j havia provocado outra tragdia no Brasil, com queda em 2006, no Rio, quando morreram 19 pessoas; irmo do co-piloto diz que ele reclamava de falhas nas decolagens; voo durou 4 minutos; Cenipa investiga



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247 _ Bastaram 55 segundos de voo para o piloto Rivaldo Paurílio Cardoso chamar, em tom de apreensão, a torre de controle do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freire. Eram pouco mais de 6h51 da manhã de hoje. Cardoso avisou que tentaria retornar ao próprio aeroporto e fazer uma aterrissagem de emergência na mesma pista 36 da qual decolara instantes antes, mas, agora, no sentido inverso. Dois minutos depois, exatamente às 6h53min57s, segundo informação oficial da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ele voltou a manter contato com a torre. Informou, então, que seria impossível alcançar a pista e que, por isso, buscaria as areias da praia de Boa Viagem para tentar aterrissar. Não houve tempo. Às 6h54min18s o avião saiu do radar de monitoramento. O voo com destino a Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, terminara em forma de tragédia. Foram apenas 4 minutos no ar, nos quais o avião percorreu pouco mais de 3 quilômetros, até se espatifar num terreno baldio próximo à praia. Os dois tripulantes e 14 passageiros morreram.

“Parecia que ele iria cair em cima da gente”, disse o operário Josivan Manoel Mendes, que trabalha perto do terreno em que o avião caiu. “Quando caiu, o avião provocou chamas muito altas e explosões. Havia muita fumaça”, narrou. “Poucos segundo depois de cair, explodiu”.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) enviou uma equipe para descobrir os motivos da queda, mas a primeira suspeita recai sobre um defeito de fabricação na turbo-hélice do aparelho. Feito pela empresa tcheca LET, o modelo 410 já provocou uma tragédia aérea no Brasil, com uma queda, em 2006, no Estado do Rio de Janeiro, quando morreram todos os 16 passageiros. O irmão do co-piloto Roberto Gonçalves, Jairo, revelou que ele reclamara de problemas recorrentes na decolagem do aparelho. A Anac, porém, expediu comunicado em que afirma que o plano de manutenção do avião foi cumprido. A Noar Linhas Aéreas poderá continuar a operar sem restrições.

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A cidade do Recife ficou em estado de comoção pela queda do avião em seu perímetro urbano. Até o meio-dia, 12 corpos já haviam sido recolhidos pelos caminhões do Instituto Médico Legal.

Familiares

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Parentes das vítimas começaram a chegar ao local do acidente ainda pela manhã, em busca de informações sobre sobreviventes. Os mais abalados foram encaminhados a um hotel para aguardar a divulgação da lista de passageiros e o fornecimento de mais dados sobre o trabalho de resgate dos corpos. O trabalho de reconhecimento realizado pelo Instituto de Medicina Legal (IML) começou por volta do meio-dia. Três caminhões do IML, com capacidade de seis corpos cada, trabalham no local do acidente.

Familiares e amigos aguardavam notícias no aeroporto do Rio Grande do Norte, onde a aeronave faria escala por volta das 8h. Após muitas reclamações no balcão da companhia, os familiares foram encaminhados ao auditório da Infraero e orientados a aguardar informações da empresa. A companhia divulgou pela manhã em seu perfil no Twitter um comunicado informando que a diretoria estava reunida e divulgaria, "em breve", uma nota oficial sobre o acidente. No comunicado oficial, a companhia informou que irá prestar todo o apoio aos familiares.

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