Assassino da Porsche dirigia a 116 km/h

Reportagem do portal G1 antecipa concluses do laudo oficial; nessa velocidade, numa rua estreita do Itaim, Marcelo Malvio matou a jovem Carolina Cintra



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O portal G1, da Globo, teve acesso ao laudo oficial sobre o acidente com uma Porsche, em São Paulo, que matou a jovem Carolina Cintra Santos. Leia:

A Polícia Civil de São Paulo informou que o laudo da perícia do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico Científica de São Paulo apontou que o Porsche guiado pelo empresário Marcelo Malvio Alves de Lima, de 36 anos, estava a 116 km/h antes de bater no Hyundai Tucson da advogada Carolina Menezes Cintra Santos, de 28 anos, causando a morte dela na madrugada de 9 de julho deste ano, na Zona Sul de São Paulo. O resultado do exame foi divulgado pelo delegado Paul Henry Bozon Verduraz, titular do 15º Distrito Policial, no Itaim Bibi, na sexta (30) e obtido pelo G1.

A colisão ocorreu por volta das 3h na Rua Tabapuã, próximo à esquina com a Rua Bandeira Paulista, no Itaim Bibi. O Porsche passou em alta velocidade no sinal verde e o Huyndai avançou o vermelho, segundo testemunhas. Com o impacto, os carros foram parar em um poste, um em cima do outro, a mais de 20 metros de onde havia sido a batida.

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O delegado disse que os 116 km/h foram auferidos após cálculos feitos com base em análises técnicas e nas câmeras que registraram a passagem do veículo. A velocidade no momento da colisão não foi divulgada pelo IC. Verduraz afirmou, no entanto, que pedirá para os peritos fazerem também este cálculo.

Carolina morreu no local e foi enterrada na Bahia, seu estado natal. Imagens gravadas logo após o acidente por um cinegrafista amador mostram Marcelo sair andando, lamentando a perda do veículo de luxo.

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O dono do Porsche já havia sido indiciado por homicídio doloso pelo delegado Noel de Oliveira Rodrigues Júnior, também do 15º DP. Marcelo, que chegou a ser preso, foi colocado em liberdade após ter pago R$ 300 mil de fiança arbitrada pela Justiça.

Segundo o delegado Paul Verduraz, o laudo não muda a tipificação do crime pelo qual o motorista responde. O documento, no entanto, é importante prova técnica para comprovar que Marcelo realmente assumiu o risco de matar alguém quando passou pela rua numa velocidade quase três vezes superior à máxima permitida no local.

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“Não é necessário sabermos se ele estava bêbado ou não. O fato comprovado é que ele estava a 116 km/h antes da batida. Não é informada a velocidade na hora da colisão, mas ela pode ser até 20% maior”, disse o delegado Paul Verduraz.

“O laudo só confirmou nossas expectativas. É a prova técnica que faltava. O condutor do Porsche sabia que poderia matar alguém guiando naquela velocidade, mas mesmo assim acelerou assumindo esse risco de matar e matou a jovem no outro carro.”

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Verduraz pretende relatar o caso ao Ministério Público e à Justiça na próxima semana. Com base no novo Código de Processo Penal, a Justiça estipulou, além da fiança, a proibição de que o empresário frequente bares e casas noturnas. Ele também fica impedido de deixar a cidade sem avisar a Justiça e não pode sair do país. O G1 tentou entrar em contato, mas não conseguiu localizar o suspeito ou os seus advogados para comentar o assunto.

Segundo Verduraz, quando deu seu depoimento à polícia, o empresário alegou que havia bebido uma taça de vinho e acelerou o carro a cerca de 60 km/h para fugir do que achava ser uma tentativa de assalto.

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Mas de acordo com o delegado do 15º DP, a tese da defesa de Marcelo não se sustenta, principalmente depois da confirmação da velocidade que o Porsche estava, segundo o laudo.

“A alegação dele de que estava fugindo de assalto foi descartada pela perícia. Ele disse que acelerou a cerca de 60 km/h, mas a primeira imagem do carro por essa via mostra que ele estava a 116 km/h. Quando atingiu o carro da advogada, ele acelerou. Dá para supor que a velocidade tenha ficado perto de 140 km/h, mas não há uma garantia disso, por isso vou pedir um laudo complementar que ateste a velocidade no momento da batida. Não importa se ele passou pelo sinal verde e a vítima avançou o vermelho. Ela estava numa velocidade baixa, mas ele dirigia bem acima da velocidade máxima permitida”, disse Verduraz.

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O delegado aguarda agora a chegada do laudo do exame toxicológico da advogada para saber, por exemplo, se ela havia consumido álcool. “Mas isso não vai mudar a conclusão do polícia. O fato é que o motorista assumiu o risco de matar. Nossa expectativa agora é que ele seja levado a júri popular para ser julgado pelo que fez”, disse.

Versão do motorista do Porsche

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Marcelo prestou depoimento no dia 21 de agosto, no 15º DP. Segundo o delegado Noel de Oliveira Rodrigues Júnior, o motorista chorou ao falar sobre o acidente e ao contar como soube que a advogada morreu.

O empresário disse à polícia que foi a um restaurante no mesmo bairro e tomou uma taça de vinho e que tomou bastante água. "Ele só se recorda de ter arrancado da Rua João Cachoeira. Arrancou de uma maneira um pouco mais contundente. Havia duas pessoas ali e ele desconfiou que pudesse ser vítima de assalto", afirmou o delegado.

O empresário disse à polícia que viu apenas um vulto antes da colisão. "Ele chega a dizer que viu um vulto, mas já era tarde demais, não tinha mais tempo para qualquer reação dele."

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