Assaltada em Brasília, Eliane Cantanhêde relata seus instantes de pânico

Colunista da Folha teve o carro roubado e avisa: “a capital da República está perigosíssima”

Assaltada em Brasília, Eliane Cantanhêde relata seus instantes de pânico
Assaltada em Brasília, Eliane Cantanhêde relata seus instantes de pânico (Foto: Divulgação)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – Em coluna publicada nesta sexta-feira, a jornalista Eliane Cantanhêde relata seus instantes de pânico, ao sofrer uma perseguição na noite de Brasília e ter seu carro roubado. Leia:

Se manda!

Eliane Cantanhêde

continua após o anúncio

BRASÍLIA - Saí do trabalho pouco depois das 21h para jantar com uma "fonte" (no jargão dos jornalistas, pessoa que tem informações importantes), e estava voltando para casa já no início da madrugada, sozinha, dirigindo, quando percebi que um carro me seguia.

Frio na barriga, pé no acelerador. Primeira curva, segunda, até concluir, na terceira, que a brincadeira estava ficando perigosa. Decidi frear, para que o carro seguisse em frente e me deixasse em paz. "Quem sabe não é um garotão fazendo 'pega'?"

continua após o anúncio

Não era. O carro, um sedã caro, me ultrapassou e deu um cavalo de pau, trancando a pista. Dois homens armados com revólveres desceram. Um deles, bem jovem, gritando: "Sai do carro, sai do carro, se manda!".

Voluntariosa, minha mão direita engatou a ré. Mas o cérebro e o pé abortaram a ideia, que passou rápida, na velocidade da luz. Jamais reagir, diz o manual. É para sair do carro? Vamos sair. Agarrei o celular, abri a porta, virei de costas, aliviada por não me levarem. Já sofri sequestro-relâmpago, sei o que é.

continua após o anúncio

Desta vez, não quis ver caras, placa, o modelo de carro, nenhum detalhe. Meu sentido de autopreservação venceu a minha (considerada imbatível) curiosidade jornalística.

Lá se foram eles, me deixando na rua, com frio, assustada, tentando agir, sem lembrar o número da polícia, mas martelando o que a gente vê todo dia nos seriados policiais americanos na TV: "Call 911". Qual é o "911" no Brasil, ou em Brasília? Sei lá. Acho que a gente não tem o hábito de chamar a polícia.

continua após o anúncio

Horas antes, a filha do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, tinha sofrido sequestro-relâmpago em plena hora do almoço, num local movimentado, improvável. E assim se descobriu que, de 13 a 19 de agosto, houve 16 crimes desses no DF.

A capital da República está perigosíssima, mas essa não é uma exclusividade dela. A violência no Brasil está fora de controle.

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247