Arruda vê fragilidade na denúncia do seu mensalão

Ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, enxerga contradições e erros na peça apresentada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel; a amigos, ele diz que, quase três anos depois de perder o mandato, terá a oportunidade de se defender, dizendo que foi derrubado pelo esquema que é acusado de chefiar

Arruda vê fragilidade na denúncia do seu mensalão
Arruda vê fragilidade na denúncia do seu mensalão (Foto: Divulgação)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – Eleito governador do Distrito Federal em 2006 pelo DEM, José Roberto Arruda assumiu o cargo em 2007 e caiu três anos depois, quando uma imagem teve efeito devastador: ele foi filmado recebendo R$ 50 mil do policial Durval Barbosa, que era homem forte no governo anterior, de Joaquim  Roriz. Arruda foi preso, perdeu o mandato e seu vice, Paulo Octavio, renunciou, num escândalo que ficou conhecido como mensalão do DEM.

Desde então, Arruda aguarda a apresentação da denúncia pela Procuradoria-Geral da República.

A peça demorou mais de dois anos para sair – foi entregue na semana passada pelo procurador Roberto Gurgel – em razão de uma dificuldade técnica. A imagem em que Arruda aparece recebendo dinheiro é de 2006, anterior à sua posse no governo do Distrito Federal. O que, segundo Arruda, justifica a tese de que os R$ 50 mil eram fruto de uma doação de campanha – e não de recursos desviados no seu governo. Da mesma forma, as imagens dos deputados distritais que recebem recursos são anteriores à sua posse.

continua após o anúncio

A primeira contradição apontada pelos advogados de Arruda é o fato de o procurador-geral, Roberto Gurgel, ter poupado, na denúncia, o ex-governador Joaquim Roriz, que exercia o cargo no momento em que foram registradas as imagens feitas por Durval Barbosa. Gurgel apontou a idade avançada de Roriz – mais de 70 anos – para poupá-lo. Ocorre que, entre os denunciados, há ex-deputados distritais, como Benedito Domingos e Eurides Brito, também acima de 70 anos.

Na acusação, Gurgel argumenta que o esquema teve etapas anteriores a 2007, ano da posse de Arruda. Segundo ele, a quadrilha se fortaleceu com o apoio de Joaquim Roriz quando, em 2006, quando se vislumbrava a possibilidade de êxito nas eleições daquele ano. Ocorre que, na disputa em questão, Roriz apoiou a candidata Maria de Lourdes Abadia, do PSDB, e não Arruda.

continua após o anúncio

Os procuradores também afirmam que a sustentação financeira do esquema, que teria desviado R$ 110 milhões do Distrito Federal, viria das empresas de informática. No governo Roriz, Durval Barbosa presidia a Codeplan, que contratava tais serviços, e o Distrito Federal gastava mais de R$ 500 milhões/ano com essas empresas. Depois de 2007, Durval perdeu o cargo e as despesas caíram para menos de R$ 100 milhões/ano.

Na defesa, portanto, Arruda irá sustentar a tese de que foi derrubado pelo mesmo esquema que é acusado de comandar, contrariando interesses de Durval e das empresas de informática. E dirá que caiu por não ter cedido às chantagens de Durval, que o filmou durante a campanha eleitoral de 2006. (Clique aqui e leia a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República).

continua após o anúncio

 

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247