Após bate-boca, STF confirma liminar contra novas regras do Fies
Durante a sessão, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e o ministro Gilmar Mendes discutiram; Mendes criticou a mudança das regras depois das eleições: "Mudam-se as regras do jogo, inclusive para contratos antigos, após as eleições"; "Isso é uma constatação de cunho político. Data venia, não tem nada a ver com o que estamos discutindo. O senhor gosta de trazer questões políticas para o plenário, temos que respeitar....", cortou Lewandowksi
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Jornal do Brasil
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou liminar para que as novas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) não sejam aplicadas no caso de renovação de contratos de estudantes já inscritos no programa. O julgamento da liminar foi retomado ontem (27), com pronunciamento do voto-vista do ministro Dias Toffoli.
Na continuidade do julgamento, prevaleceu o entendimento do relator, ministro Luís Roberto Barroso, no sentido de que as novas regras criadas para o Fies, exigindo média superior a 450 pontos e nota superior a zero na redação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não se aplicam aos estudantes que já entraram no programa e buscavam sua renovação.
No entendimento do ministro, a fim de se preservar o princípio da segurança jurídica, as novas regras devem se aplicar apenas aos estudantes que pleiteiam a entrada no sistema no primeiro semestre de 2015. O relator também havia prorrogado o prazo para renovação até o dia 29 de maio.
Divergência
O voto do ministro Dias Toffoli concedeu em maior extensão o pedido feito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), garantindo a inscrição no Fies segundo as regras anteriores, que exigiam apenas a submissão aos exames do Enem a todos os estudantes que realizaram o exame até 2014. Para o ministro, esses estudantes preenchiam os requisitos para o acesso ao financiamento, e foram surpreendidos pela mudança. “No meu entender, também nesse caso há ofensa ao princípio da segurança jurídica, que está estreitamente associado ao princípio da proteção da confiança”, afirmou.
Acompanharam a posição defendida por Dias Toffoli os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio. O ministro Teori Zavascki alterou seu voto para conceder também a liminar em maior extensão, mas atingindo apenas os estudantes que se inscreveram no Enem de 2014 – e não aqueles que prestaram o exame nos anos anteriores.
Bate-boca
Durante a sessão, o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, e o ministro Gilmar Mendes tiveram um bate-boca. Mendes criticou a mudança das regras depois das eleições. "Mudam-se as regras do jogo, inclusive para contratos antigos, após as eleições", disse.
"Isso é uma constatação de cunho político. Data venia, não tem nada a ver com o que estamos discutindo. O senhor gosta de trazer questões políticas para o plenário, temos que respeitar....", cortou Lewandowksi.
"..Não é questão política... Saímos de 5 bilhões em novembro..mudam-se as regras do jogo, inclusive para contratos antigos, e dizer que isso não é questão jurídica..hahahahahha", disse Gilmar.
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