Amor & Revolução está em sintonia com o governo
Novela do SBT alavanca implantao da Comisso da Verdade
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Rodolfo Borges, de Brasília – Incômodo para os militares, que a enxergam como panfleto oportunista, a novela Amor e Revolução, do SBT, está sintonizada com o Governo Federal. Ao expor as torturas cometidas durante a ditadura para uma audiência que nunca manteve qualquer contato com o tema e dar voz a oprimidos no período, o folhetim corrobora a vontade do governo de finalmente tocar no assunto em âmbito institucional, por meio da Comissão da Verdade. Depois de muita resistência, o Planalto deve se valer da maioria no Congresso Nacional para encaminhar o projeto. “É a vontade da Secretaria de Direitos Humanos, da Presidência da República e das duas Casas (Câmara e Senado). Não tem como não sair”, disse ao Brasil 247 o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, senador Paulo Paim (PT-RS), assegurando que deste governo não passa.
Mesmo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que, reverberando o incômodo militar, se opôs ao projeto durante o governo Lula, já se demonstrou favorável ao processo, atendendo à política de consenso instituída pela presidente Dilma Rousseff. “Não há nenhuma divergência com a ministra de Direitos Humanos, ela conhece bem o projeto e nós temos uma excelente relação”, apressou-se em dizer Jobim no início do governo, destacando inclusive ter ido à posse de Maria do Rosário na Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência. Maria do Rosário também tem se manifestado no sentido de externar um clima de entendimento com Jobim, que tem dado poucas declarações sobre o assunto e, quando o faz, é em tom convergente.
Afora a vontade da presidente Dilma, o que mais colabora para a criação da Comissão da Verdade é a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não permitir a ela julgar e punir os responsáveis pelos crimes contra direitos humanos ocorridos durante a ditadura. “Paradoxalmente, isso só ajuda a aprovação pelo Legislativo, porque se o Supremo abrisse para a punição penal, a resistência seria muito maior”, declarou o ex-secretário de Direitos Humanos Paulo Vannuchi, que conduziu o processo durante o governo Lula. “O objetivo não é a responsabilização criminal de quem quer que seja. É o resgate dos direitos humanos. O tema de qualquer punição diz respeito ao mundo do Judiciário”, explica Maria do Rosário.
Apesar da aparente importância do assunto, o Palácio do Planalto não instruiu sua base no Congresso para se ocupar da comissão com prioridade e o projeto permanece parado na Câmara.
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