Alunos da Unifesp comemoram saída da prisão
Os 22 estudantes presos pela Polícia Federal após manifestação no campus de Guarulhos da Universidade deixaram a carceragem, na zona oeste de SP, de mãos dadas e abraçaram seus familiares
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247, com Agência Brasil - Os 22 alunos da Universidade Federal de São Paulo, presos após protesto no campus de Guarulhos, foram soltos no início da madrugada deste sábado. Na saída da Superintendência da PF, na zona oeste paulistana, onde estavam detidos desde a noite de quinta-feira, os estudantes comemoraram e abraçaram seus familiares. A decisão pela soltura foi tomada na noite desta sexta-feira pela Justiça Federal em Guarulhos.
Os estudantes foram presos após a Polícia Militar conter uma manifestação que acontecia no campus de Guarulhos. Houve confronto e a polícia usou balas de borracha de bombas de gás contra os universitários. Segundo o advogado Pedro Yokoi, que defende os estudantes, eles foram detidos, com variações entre cada caso, sob as acusações de formação de quadrilha, constrangimento ilegal e dano ao patrimônio público.
Por meio de nota, a PM justificou que foi acionada "a fim de garantir a segurança de professores, que foram encurralados no prédio da faculdade por alunos que se manifestavam contra supostos problemas de infraestrutura da instituição". Também por meio de nota, a Reitoria da Unifesp acusou os alunos de cometerem excessos, com depredações e gritos de ocupação. O movimento estudantil atribuiu os estragos na universidade à ação policial.
Em nota, a Unifesp disse que o chamado foi necessário porque um grupo de alunos se concentrou em frente à Diretoria Acadêmica e começou a insultar o diretor. De acordo com a nota, em seguida, o grupo entrou no prédio e quebrou vidros, móveis e computadores, "intimidando e acuando" não apenas o diretor acadêmico, mas também professores que estavam no local, ameaçando, inclusive, ocupar o prédio.
No entanto, com base em vídeos e declarações dos estudantes, o advogado dos alunos, Tiago Colombo Bertoncello, concluiu que houve "truculência" na forma de repressão à manifestação. "E era uma manifestação pacífica, que tinha o objetivo de reivindicar melhorias na qualidade da estrutura das salas de aula e das instalações de apoio ao ensino na universidade", disse o advogado. Segundo o advogado, o que acirrou os ânimos foi a prisão de uma das manifestantes, a estudante Laisy Natali Cruxen. "Lembrou a SS de Hitler", disse Bertoncello, comparando a ação policial aos métodos da tropa do ditador alemão Adolf Hitler.
Durante todo o dia de ontem um grupo de estudantes esteve na porta da superintendência para protestar contra as prisões. O advogado disse ainda que os alunos só não foram transferidos para um centro de detenção provisória (CDP) devido ao sucesso nas negociações com a diretoria da PF. "Ficar em um CDP é uma situação constrangedora para pessoas que não são criminosas", disse.
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