Alon: 'Campos se despediu com brilho intenso'

Assessor de Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial, Alon Feuerwerker revela últimos instantes do ex-governador com a mulher e seus aliados; segundo ele, o presidenciável passou a noite após entrevista no Jornal Nacional de mãos dadas com a mulher, sorrindo para o caçula Miguel: ‘Tinha atravessado um rubicão. A maioria dos retornos e as medições científicas mostravam que tinha marcado pontos importantes. Se despediu da política e da vida como viveu, brilhando intensamente’

Assessor de Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial, Alon Feuerwerker revela últimos instantes do ex-governador com a mulher e seus aliados; segundo ele, o presidenciável passou a noite após entrevista no Jornal Nacional de mãos dadas com a mulher, sorrindo para o caçula Miguel: ‘Tinha atravessado um rubicão. A maioria dos retornos e as medições científicas mostravam que tinha marcado pontos importantes. Se despediu da política e da vida como viveu, brilhando intensamente’
Assessor de Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial, Alon Feuerwerker revela últimos instantes do ex-governador com a mulher e seus aliados; segundo ele, o presidenciável passou a noite após entrevista no Jornal Nacional de mãos dadas com a mulher, sorrindo para o caçula Miguel: ‘Tinha atravessado um rubicão. A maioria dos retornos e as medições científicas mostravam que tinha marcado pontos importantes. Se despediu da política e da vida como viveu, brilhando intensamente’ (Foto: Roberta Namour)


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247 – Assessor de Eduardo Campos na campanha presidencial, Alon Feuerwerker revela últimos instantes que passou com o candidato. Segundo ele, o ex-governador estava feliz com a família e se despediu da política e da vida como viveu, brilhando intensamente’. Leia:

Brilho intenso

Na última terça, Eduardo Campos estava feliz, passou o jantar de mãos dadas com a mulher e sorrindo para o caçula, Miguel
Eduardo Campos cercava-se politicamente de pessoas bem conhecidas dele. Tinha resistência à aproximação excessiva dos não tão habituais. Ao começar esta caminhada presidencial, fez questão de repetir nos detalhes a sua experiência de 2006, quando era zebra e acabou governador de Pernambuco.

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Alguma superstição, diziam os mais antigos e íntimos.

Eu era certa novidade na trupe. Conheci Eduardo em 2003. Eu tinha acabado de fazer a campanha de José Serra à Presidência e fui convidado pelo futuro líder de Lula na Câmara, Aldo Rebelo, para assumir a assessoria de imprensa da liderança do novo governo.

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Enquanto eu procurava um lugar para morar em Brasília, Aldo pediu a certo amigo que me hospedasse. O amigo era o líder do PSB, deputado federal Eduardo Campos. Fiquei ali uns 15 dias, num canto, convivendo com a família. Por alguma razão, ele deixou que aquele estranho, desconhecido, chegasse perto.

Eu tinha grande curiosidade a respeito do neto de Miguel Arraes --um dos personagens que povoaram nosso imaginário de jovens estudantes, digamos assim, revolucionários dos anos 70.

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Aquele 2003 seria emocionante, convivendo com Eduardo, Aldo, Renildo Calheiros, Sigmaringa Seixas, Beto Albuquerque, na lida para colocar e manter de pé a base congressual do novo governo, em meio ao furacão das reformas da Previdência e tributária.

Depois, a vida seguiu, vieram as crises e as dificuldades, a convivência prosperou, ele virou ministro, até me dizer, um dia, sobre a candidatura ao governo de Pernambuco. Eu achei ótimo, ele me perguntou o motivo. Porque --comentei-- seria a oportunidade de religar um elo histórico que ficara perdido em 1964.

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Na eleição de 2006, convidou-me para passar o último dia do primeiro turno com ele. Na base do sacolejo, meio desajeitado, percorri Recife e Olinda na boleia de uma picape com o candidato, que acenava freneticamente para os passantes, até o momento exato em que as urnas fecharam. A fascinação dele eram a rua e o voto.

Os governos de Eduardo foram um sucesso. Em meados de 2012, no hotel em que costumava ficar em Brasília, perguntou o que eu achava do futuro. Já sentíamos no ar um cheiro de mudança, coisa que, na época, aparentava ser uma completa maluquice.

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Depois, vieram as vitórias municipais, o impulso para o Planalto, as dificuldades, a estimulante aliança com Marina Silva, novas dificuldades, o estresse, os jornalistas perguntando quase todo dia sobre pesquisas e palanques regionais, o nascimento de uma campanha muito dura.

Na última terça (12), jantamos todos depois das entrevistas na TV Globo. Eduardo estava feliz, passou o jantar de mãos dadas com a mulher e sorrindo para o caçula, Miguel.

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Tinha atravessado um rubicão. A maioria dos retornos e as medições científicas mostravam que tinha marcado pontos importantes. Discutimos algo sobre os debates --que começariam na TV Bandeirantes.

Eduardo me ligou na manhã de quarta (13), às 9h17. Aguardava para decolar rumo a Santos, e eu, também no aeroporto Santos Dumont, no Rio, ia pegar um voo de carreira para Brasília. Ele queria conversar sobre as entrevistas do dia.

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Dizem que o avião decolou lá pelas 9h20. No registro do meu telefone celular, a conversa durou 5 minutos e 20 segundos. Foi minha última conversa com um cara legal, um sujeito que se despediu da política e da vida como viveu, brilhando intensamente.

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