Ainda no cargo, Adams diz que só sai se Dilma quiser

Mesmo com número 2 envolvido diretamente nas investigações da Operação Porto Seguro, advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, mantém a fleugma: "A minha relação com a presidente é profissional. Se ela não tiver mais confiança profissional, ela me tira". No fim da tarde, ele foi ao encontro de Dilma em reunião que não consta na agenda oficial do Planalto. Nesta quinta, servidores da AGU protestaram pelo afastamento do advogado-geral do cargo

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247 - Ministro-chefe da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams não tem nada a ver com o que aconteceu, mas tem todo interesse na apuração dos fatos. Foi nessa direção a entrevista coletiva de Adams sobre a investigação de seu número 2 na AGU. Apesar da fleugma demonstrada, sua permanência no cargo, em razão do envolvimento direto do advogado-geral da União adjunto José Weber Holanda Alves no comércio de pareceres técnicos e jurídicos investigado pela Operação Porto Seguro, está em discussão nas esferas mais altas do governo.

Adams disse nesta quinta-feira que, caso a presidente Dilma Rousseff não confie mais nele, cabe a ela retirá-lo da função, mas que ele não colocou seu cargo à disposição. "A minha relação com a presidente é profissional. Se ela não tiver mais confiança profissional, ela me tira", disse. "A situação é difícil, requer toda a atenção possível. Não coloquei o cargo à disposição e nem ela pediu", disse o advogado-geral da União, que se encontra com a presidente no Palácio do Planalto no início desta noite, em reunião que não consta na agenda oficial de Dilma.

A permanência de Adams no cargo pode trazer desgastes permanentes para o governo. Por isso, ainda não está descartada a possibilidade de levar até ele um recado pelo auto-afastamento. Adams não se exime da responsabilidade pela indicação de José Weber Holanda Alves para o cargo de advogado-geral adjunto da União, mas disse que credibilidade da AGU está em jogo desde que Weber foi indiciado pela PF. "Esse evento prejudica a instituição, afetou a sua credibilidade. É preciso identificar e minimizar os desvios para que o órgão exerça sua função com tranquilidade", analisou.

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A jornalistas, Adams indicou a existência de três atos da AGU com a atuação específica de Weber, todos relacionados às Ilhas das Cabras e dos Bagres, em São Paulo. O pagamento de propina para ocupação dessas ilhas é objeto de investigação da Operação Porto Seguro. "Não tenho que assumir atos pelos quais não sou responsável. A presidenta pediu para eu apurar e punir os responsáveis", disse o advogado-geral da União.

Protesto

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Nesta quinta-feira, servidores da AGU organizaram manifestação em frente ao órgão, em Brasília, pedindo o afastamento de Adams para a apuração do caso. "O escândalo demonstra o equívoco da gestão dele na AGU. A concepção dele é de uma advocacia de governo e não da defesa da União", disse Allan Titonelli, presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). A manifestação reuniu cerca de 60 pessoas.

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