Agosto vai chegando ao fim e o Brasil merece paz
Para quem esperava um mês de agosto dramático como o de 1954, quando Getúlio Vargas se suicidou, ou de 1961, quando Jânio Quadros renunciou à presidência da República, o de 2015 vai terminando de maneira relativamente suave; quem queria protestar, protestou; se a direita soltou balões de Lula vestido de presidiário, uma militante da União da Juventude Socialista o furou e prometeu furar de novo; passado o Carnaval político, a mensagem mais importante foi transmitida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot; "Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a eleição se perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas de seus cargos e do ônus que lhes sobreveem. Os derrotados devem conhecer sua situação e se preparar para o próximo pleito"; ele será ouvido?
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247 – Agosto, mês do desgosto. Assim vaticinavam os colunistas políticos que esperavam que o Brasil vivesse uma nova tragédia política neste agosto de 2015.
Foi num dia 24 de agosto, o de 1954, que Getúlio Vargas se matou. E foi num dia 25, o de 1961, que Jânio Quadros renunciou à presidência da República, num movimento que colocou em marcha as engrenagens para o golpe militar de 1964.
Antes desse agosto de 2015, bem que a presidente Dilma Rousseff avisou não ter vocação nem para Getúlio, nem para Jânio. Mas muitos preferiam não escutá-la. E tentaram fazer de tudo para que ela sofresse um processo de impedimento pelas chamadas 'pedaladas fiscais' – um caso já adiado para outubro.
Turbulências, de fato, aconteceram. No dia 16, milhares de pessoas foram às ruas, em várias capitais, pregando o 'Fora, Dilma!'. Como rescaldo desse movimento, a direita brasileira tem desfilado em pontos de alta concentração urbana com um boneco do ex-presidente Lula vestido como presidiário. Da mesma forma, uma militante da União da Juventude Socialista furou o boneco e outros prometeram furar quantos mais forem lançados pela extrema direita.
Nesse carnaval político, todos puderam se manifestar, mas o fato é que a elite brasileira vem clamando por um mínimo de paz. Em entrevistas recentes, empresários de peso, como Abílio Diniz (Brasil Foods), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Roberto Setubal (Itaú-Unibanco), Rubens Ometto (Cosan) e Robson Andrade (CNI), têm clamado por respeito às urnas e um mínimo de apoio para que a presidente Dilma tenha governabilidade.
No entanto, ninguém se manifestou de modo tão oportuno como o procurador-geral da República, ao arquivar uma das representações movidas pelo PSDB a respeito das eleições presidenciais de 2014. "Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a eleição se perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas de seus cargos e do ônus que lhes sobreveem. Os derrotados devem conhecer sua situação e se preparar para o próximo pleito", disse ele.
Ainda falta um dia para o mês de agosto chegar ao fim, mas o fato é que o Brasil merece paz. Sem ela, a economia não sairá do atoleiro em que se encontra e o 'quanto pior, melhor' não deveria interessar a nenhuma liderança política do País. Nem aos que pretendem ser governo amanhã.
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