Acre proíbe filme gay na escola

Polticos e religiosos do Acre censuram filme que aborda temtica gay e o excluem de programa pedaggico de colgio do estado. Assista ao curta e d sua opinio



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Natália Rangel_247 - O curta-metragem Eu não quero voltar sozinho, premiado no Festival de Paulínia, que conta a história de um adolescente cego que se descobre apaixonado pelo colega de classe, teve sua exibição proibida no Acre na semana passada. O filme faz parte do programa Cine Educação, uma parceria entre as secretarias estaduais, fundações e a Mostra Latino-Americana de Cinema e Direitos Humanos, que tem por objetivo levar a arte para dentro da sala de aula e, mais especificamente, inserir o cinema no processo pedagógico interdisciplinar das escolas. Para isso, um repertório de filmes com temática ligada a direitos humanos foi selecionado e disponibilizado aos professores para que fossem exibidos e debatidos em classe. A boa ideia que está em vigor há seis anos está suspensa no estado do Acre por pura homofobia. Uma professora da escola estadual Armando Nogueira, da capital Rio Branco, exibiu o filme Eu não quero voltar sozinho, de 18 minutos de duração, aos seus alunos. O tema repercutiu e chegou ao conhecimento de lideranças religiosas locais.

O fato mobilizou políticos que conseguiram a suspensão do projeto Cine Educação no estado com o argumento de que se tratava de uma tentativa de ressuscitar o kit homofobia, vetado pelo governo federal. Se alguém tivesse ido conferir do que se tratava, saberia que o filme exibido é um curta premiado em diversos festivais de cinema e é parte de um programa pedagógico que está preocupado em formar cidadãos conscientes, que rejeitem a homofobia e respeitem os direitos humanos. Não tem nada a ver com o kit homofobia e já existe há alguns anos em diversos estados. Enquanto o programa segue suspenso, os secretários de Educação e de Direitos Humanos do Acre estão articulando com o governador a possibilidade de garantir sua continuidade, enquanto os líderes evangélicos forçam o cancelamento definitivo do programa.

Segundo os produtores do filme, mesmo que o programa seja reativado, o curta Eu Não Quero Voltar Sozinho será excluído do catálogo disponibilizado aos professores. Sobre a exclusão do filme e o veto do programa, a produção do curta-metragem, representada por Daniel Ribeiro e Diana Almeida, declarou: “O filme será excluído do debate de questões que envolvem algo tão elementar quanto a sexualidade humana e tão importante quanto a deficiência visual. De forma arbitrária, em uma república federativa cuja Constituição atesta um Estado laico, a sociedade está sendo privada de promover debates. Como pretendemos que adolescentes consigam respeitar a diversidade e formem-se cidadãos lúcidos, pensantes e ativos se informação, arte e cultura (sem qualquer caráter doutrinário) lhes são negadas?”

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http://www.lacunafilmes.com.br/sozinho/

Site do Cine Educação: http://www.cinemateca.gov.br/page.php?id=91

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