A revolta dos bombeiros

Uni-vos contra o governador Sérgio Cabral, dono do almoço mais longo do Brasil (e de Paris)



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Sérgio Cabral é derrisoriamente conhecido como o dono do almoço mais longo do Brasil: inicia sua esbórnea ao meio-dia, no Palácio das Laranjeiras. E a termina, hirto de empaturramento, em plenitude gástrica, por volta das 16h. Sua presença, substantiva, ainda que sujeita a variações adjetivas, é notada, com constância, nos restaurantes a Rive Gauche, em Paris. Aliás, devo-lhe um agradecimento: foi de Paris, há quatro anos, que me mandou, com exclusividade, algumas mal-traçadas, por e-mail, em que defendia liberar o Badaró da erva, achava que a maconha deveria ser descriminalizada, etc. Obrigado, governador.

É comum que nossas esquerdas vejam em policiais vagidos da repressão. Em 1985, quando foi publicado Brasil: Nunca Mais, foram catalogados 444 torturadores. Seus nomes brotaram dos relatos de 1.843 esquerdistas. Não tem como ser comunista e não ver no guardinha da esquina, mesmo num tenente de 22 anos de idade, um legítimo representante dos 444. Faz parte da pré-coerência estilizada do groucho-marxismo atual ver no tira da porta do baile um herdeiro presuntivo de 1964: é um arranjo afetado por qualquer comuna e ponto final. Sábado passado, quando fardados não desceram porrada nos maconheiros de São Paulo, contrariando ordem judicial aliás, os comunas foram para casa de orelhas arriadas: o que se espera da farda é porrada. Somos herdeiros medievais desse despudor de ver em qualquer fardado um ícone da repressão.

Sérgio Cabral, cujos almoços egípcios tem-no feito mais alto deitado do que de pé, emitiu frases parentéticas contra os bombeiros. Taxou-os de “vândalos”, mandou o Bope, com seu sabor fresco e inexaurível para porradas, em cima dos colegas. Trata-se da primeira manifestação, na história do mundo, feita pela lei contra bombeiros. “Não consigo ver algo mais cheio de humanidade do que um carro de bombeiro”, notava Kurt Vonnegut.

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Há quem diga que o pendor passadista de ver nos bombeiros algo como inimigos da sociedade gere algo muito parecido como a Revolta dos Sargentos. Para lembrar: A Revolta dos Sargentos foi uma rebelião promovida por cabos, sargentos e suboficiais, da Força Aérea e Marinha, a 12 de setembro de 1963. Foi gerada poer decisão do STF de reafirmar a inelegibilidade dos praças para os órgãos do legislativo, seuindo a Constituição de 1946.

Essa questão da elegibilidade mobilizou a classe em 1963. No dia 12 de maio daquele ano, também no Rio de Janeiro como palco, , cerca de mil graduados reuniram-se na cidade do Rio de Janeiro para discutir a situação. Durante a reunião, o subtenente Gelci Correia declarou que a categoria não podia se comprometer a defender a ordem reinante no país, pois ela "beneficia uns poucos privilegiados" e referiu-se à possibilidade dos graduados "lançarem mão de seus instrumentos de trabalho... para exigir as reformas de base do governo federal".

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Em 23 de maio o ministro da Guerra, Amauri Kruel, puniu Gelci com 30 dias de prisão.

Deflagrada a rebelião na madrugada do dia 12, cerca de seiscentos graduados da Aeronáutica e da Marinha se apoderaram dos prédios do Depto. Federal de Segurança Pública, da Estação Central de Rádio-Patrulha, do Ministério da Marinha, da Rádio Nacionae do Departamento de Telefones Urbanos e Interurbanos (DTUI). As comunicações de Brasília com o resto do país foram cortadas. Vários oficiais foram presos e levados para a base aérea de Brasília, foco da sublevação, onde também ficou detido o ministro do STF , Vítor Nunes Leal. O presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Clóvis Mota, foi recolhido ao DFSP.

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Bombeiros de todo o Brasil, uni-vos!

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