A representação com o Voto Distrital
O voto distrital permite uma vinculação maior do cidadão com seu representante
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A maioria da classe política e dos especialistas diverge. São unânimes em afirmar que não há sistema eleitoral ideal. Todos têm prós e contras. Mas essa é a oportunidade para discutir o aperfeiçoamento das regras para as eleições legislativas no País. Não há razão para excluir o voto distrital dos debates. Agora, falando sério, é melhor deixar tudo como está ou introduzir um mecanismo numa reforma política que já está tramitando no Congresso Nacional?
Está em curso, sobretudo em São Paulo, uma campanha em defesa do voto distrital. O voto distrital puro é o sistema eleitoral no qual o candidato a cargo legislativo só pode concorrer em uma determinada região. Já no voto distrital misto, os eleitores votam em dois candidatos: um da lista partidária, outro de seu distrito. A vantagem do distrital misto é, como o nome diz, juntar os aspectos positivos do voto distrital com as do voto em lista partidária.
Essas propostas precisam ser levadas em consideração no momento em que tanto se discute a Reforma Política!
O voto distrital permite uma vinculação maior do cidadão com seu representante. Em resumo, consiste numa divisão do Estado em vários territórios eleitorais e neles cada partido apresenta apenas um candidato, criando uma relação mais direta com o eleitorado do distrito.
O sistema atual uninominal proporcional só existe no Brasil. Seria ideal que a sociedade participasse deste processo e escolhesse o sistema que tenha maior eficiência e representatividade.
A eleição, sob o sistema distrital, se levada a sério é um caminho viável e pode representar uma solução no problema da falta de representatividade. É a melhoria das relações entre a população e seus representantes. Ou somos aspirantes de representantes?
Por exemplo, uma atuação incompetente ou antiética por parte de um deputado seria mais facilmente acompanhada pelos cidadãos do distrito. Além disso, o número reduzido de candidatos permite uma seleção mais cuidadosa por parte do eleitor, algo impossível num sistema proporcional como o brasileiro. Cito mais: em 2010 houve 1.131 candidatos a deputado federal, somente por São Paulo.
Uma maior cobrança e fiscalização também obrigariam os representantes eleitos a adequar seu voto parlamentar às demandas do eleitorado, o que, afinal, é a meta da própria representação. Dessa forma, o voto distrital tende a fazer com que os resultados das votações no parlamento reflitam o verdadeiro desejo dos eleitores.
Ricardo Tripoli é deputado federal e pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo
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