A carta de Cibele Dorsa, que Doda censurou

A revista Caras foi s bancas com tarjas pretas. O motivo: o cavaleiro Doda Miranda impediu a publicao de um desabafo da ex-mulher que se matou. No texto, ela pede que o marido de Athina Onassis tente ser algum melhor



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247 - O cavaleiro Doda Miranda é um dos homens mais ricos do Brasil. Não pelo que construiu, mas pelo casamento com Athina Onassis, herdeira do armador grego Aristoteles Onassis, e dona de uma das maiores fortunas da Europa. Doda e Athina vivem na Bélgica, em meio aos cavalos. Vêm ao Brasil poucas vezes ao ano, geralmente para promover o Athina Onassis Horse Show, uma milionária disputa de hipismo.

Mas tanto Doda como Athina são ciosos de suas imagens. Ela não dá entrevistas e detesta ser fotografada. Doda, por sua vez, busca ter controle absoluto sobre tudo o que sai a seu respeito. E agora ele entrou na Justiça para impedir que a carta deixada por sua primeira mulher, a atriz Cibele Dorsa, que se suicidou há uma semana, fosse publicada. Como Doda obteve uma liminar na Justiça, Caras circulou com tarjas pretas, lembrando os tempos da censura.

Eis o trecho da carta que Doda não quis ver publicado:

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"Doda, que um dia Deus te perdoe pelo que você fez comigo, com a Athina e com as crianças, tente ser alguém melhor, tenha pena da Athina... essa nunca vai conhecer um homem de verdade, um amor. Eu sofro agora, no entanto, fui plenamente feliz ao lado do Gilberto, homem de verdade, que mostra a cara, que não mente, não dissimula, e assim ele foi até o final..."

Doda e Cibele tiveram uma filha. Gilberto é o nome do namorado de Cibele, que também se suicidou. Na carta, Cibele pede perdão aos filhos e diz que a solidão é "uma prisão terrível".

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A editora Caras, por sua vez, pretende entrar com um recurso nesta segunda-feira no Tribunal de Justiça de São Paulo, para publicar a íntegra da carta-testamento de Cibele Dorsa. A reportagem com a atriz circulou sem as referências ao cavaleiro Doda. No texto, ela foi tratada como "a atriz que morreu por amor", numa história que lembra a de Romeu e Julieta, clássico de Shakespeare e da literatura universal.

A tentativa de censura prévia, naturalmente, não funcionou, uma vez que a carta está publicada na internet e no Brasil 247. O que deveria abrir uma discussão nos tribunais sobre a eficácia de qualquer tipo de ação restritiva à liberdade de imprensa.

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