Wellington Dias: “É preciso isolar quem trabalha a favor do vírus”

"A ideia é de vencer o coronavírus. Para isso temos que lidar inclusive com o isolamento de quem trabalha a favor do coronavírus aqui dentro do Brasil” expôs o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na terça-feira (16/03), ao receber a 'Carta à Humanidade – Vida Acima de Tudo'

Wellington Dias
Wellington Dias (Foto: Reprodução/Instagram)


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Em encontro com o grupo organizador da “Carta à Humanidade – Vida Acima de Tudo”, governadores fizeram um apelo à união de toda a sociedade civil em torno da salvação de vidas no Brasil diante da inação do governo e da aceleração da pandemia.

“A ideia é de vencer o coronavírus. Para isso temos que lidar inclusive com o isolamento de quem trabalha a favor do coronavírus  aqui dentro do Brasil” expôs o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na terça-feira (16/03), ao receber a “Carta à Humanidade – Vida Acima de Tudo” ao lado da governadora Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, do governador do Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD) e da vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos (PCdoB).

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Divulgado no sábado (06/03), o Carta à Humanidade – Vida Acima de Tudo é, na verdade, um grito de socorro através do qual os brasileiros que a endossaram alertam a humanidade, que “o monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global”. O documento que continua recebendo adesões através do link acima, em pouco mais de dez dias já contabiliza cerca de 118 mil assinaturas.

Na terça-feira, dia 9 de março, a Carta à Humanidade foi entregue ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. Uma semana depois, em 15 de março, a entrega foi feita à cúpula da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Através de uma sala de Zoom receberam e agradeceram o documento o presidente da entidade, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, seu vice-presidente, Dom Jaime Spengler, o secretário-geral, Dom Joel Portela e o assessor da presidência, padre Paulo Renato de Campos.

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Ao receber o documento das mãos de seus organizadores, entre os quais o bispo emérito de Duque de Caxias, Doma Mauro Morelli, o cineasta Silvio Tendler, o governador Dias, coordenador do Pacto dos Governadores pela Vida, lançou o desafio de a sociedade civil se organizar para isolar aqueles que negam a ciência.

“É preciso conclamar para que estejamos juntos neste Pacto pela Vida. Fazer um apelo, desde o gesto de alguém dar a máscara para alguém que não usa porque não tem, o sabão para quem não tem, dar o álcool gel se for necessário, o alimento. Neste instante nós temos que criar, como foi no começo [da pandemia, em 2020], uma grande rede de solidariedade. Estamos piores do que naquele momento (…) Então, há necessidade dessa rede solidária para que as pessoas possam cumprir o protocolo, para que elas possam ser ajudadas. De um lado salva vidas, com o isolamento, de outro lado também garantir as condições de sobrevivência com aquilo que são suas necessidades básicas”.

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Do encontro com os governadores, participaram ainda representando os organizadores José Roberto Bulcão, Adair Rocha, Regina Zappa, Lúcia Souto, presidente do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES), Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Fernando Pigatto, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Gisele Ricobom, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

Batendo na mesma tecla, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra lembrou o esforço dos governadores, lutando contra o negacionismo do governo federal, ao adotarem medidas mais duras de isolamento social.

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“Nós precisamos tomar estas medidas preventivas que estamos tomando, inclusive tomando medidas mais rígidas ainda para baixar a transmissibilidade do vírus. Mas para isso precisamos acudir os nossos irmãos e irmãs que precisam ter a garantia de todo o dia ter o seu café, ter o seu almoço e ter o seu jantar, para sobreviver.”

Destacando importância da Carta à Humanidade – Vida Acima de Tudo, a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos lembrou os momentos sombrios que os brasileiros estão assistindo, “em que é necessário afirmar o óbvio. Nunca foi tão necessário fazer valer a ciência, fazer valer a própria história em um ambiente de muito negacionismo. Todo regime autoritário, que na prática é o que nós estamos vivendo, ele necessariamente precisa do obscurantismo. As ameaças autoritárias que Bolsonaro faz não são da boca para fora, elas são para valer. É preciso ter uma reação muito contundente.”

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Reforçando a ideia da necessidade de reação aos ataques bolsonaristas que ocorrem, a governadora potiguar advertiu para a necessidade de a sociedade respaldar as políticas adotadas pelos governadores que enfrentam resistência, inclusive com ameaças de milicianos, não apenas digitais:

“Nós estamos enfrentando muita dificuldade, os chamados seguidores do presidente, enfim, toda esta linha negacionista, eles estão assim em atos de atrevimento sem limite. Desrespeitando, inclusive, os nossos decretos, indo para as ruas, fazendo toda uma mobilização para tentar desestabilizar estas medidas que temos tomado. Chegando ao ponto, inclusive, como na segunda-feira (15/03), em que foram bater na casa da mãe do governador do Espírito Santo, com 88 anos. Aqui mesmo em Natal já vieram bater até na minha rua”.

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Dias insistiu ao encerrar o encontro: “Queria colocar a importância de nas redes social que cada um dos líderes aqui tem que se possa trabalhar no caminho da solidariedade. Esse caminho de coisas simples, desde a simples máscara à alimentação. É preciso ter mais e mais apoio, inclusive dos líderes, de forma muito forte, para essa prevenção que a gente precisa fazer.”

Reforçando o alerta, insistiu: “A tragédia será maior se a gente não contiver o nível de transmissibilidade agora. É também importante estarmos juntos para buscarmos apoio do Congresso e do Ministério da Fazenda para suportar a rede de saúde. Estamos em uma situação dramática. Olhar se não faltará insumo. Podemos ter uma tragédia dentro da tragédia. Essa coisa da falta de oxigênio já ocorre em vários lugares, como falta de anestesia e de alguns medicamentos.”

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