Walter Delgatti Neto, o hacker que mudou a história do Brasil, agora é pai
Vermelho, como é chamado pelos amigos, fez o exame de DNA e enfrenta dificuldades financeiras e restrições de locomoção por medida cautelar, o que o impediu de ir ao cartório formalizar a paternidade
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Depois que Walter Delgatti Neto ficou famoso, uma jovem com quem se relacionou em Ribeirão Preto, o reconheceu em uma reportagem de TV que mostrava sua prisão, em 2019.
Ela tinha certeza ser o pai da bebê que carregava na barriga, hoje uma linda garotinha de cerca de dois anos e meio de idade.
Os dois tinham se conhecido em uma balada, se envolveram, mas não voltaram a se falar, nem trocaram telefones.
Walter ainda estava no presídio da Papuda, em Brasília, quando a jovem entrou com processo de reconhecimento de paternidade.
Ao saber, Walter forneceu amostra para o exame de DNA, e o resultado saiu há alguns meses. Delgatti, o hacker que mudou a história do Brasil, é mesmo o pai.
Agora Walter vive um drama. Por causa das restrições impostas por medidas cautelares, não pode deixar Araraquara.
Nem para ir a Ribeirão Preto, 91 quilômetros distante, onde formalizaria a paternidade no cartório em que sua filha teve o registro de nascimento.
O advogado dele, Ariovaldo Moreira, já fez o pedido ao juiz federal em Brasília, para Walter poder viajar, mas ainda não obteve resposta.
De qualquer forma, Walter tem cumprido com suas obrigações de pai, na medida das suas possibilidades.
Já mandou entregar fraldas e outros gêneros necessários para a criança. Também fala com a filha por telefone, mas não tiveram encontro pessoal.
Por meio do celular do irmão, já recebeu fotos e vídeos.
Ocorre que as possibilidades de Walter hoje são bem pequenas, em termos financeiros.
Walter não pode usar a internet, uma das restrições impostas pela Justiça, e com isso não consegue trabalhar plenamente.
Uma das fontes de remuneração dele era justamente a elaboração de trabalhos de faculdade para colegas, inclusive os de conclusão de concurso (os TCCs), atividade que se torna impossível sem o uso da internet para pesquisas.
Walter, que cursou até o terceiro ano de direito, tem auxiliado advogados na elaboração de peças processuais.
Para isso, recorre a programa de texto de um notebook velho, e livros, principalmente o Vade Mecum, que reúne os principais códigos.
Ele auxiliou na elaboração de uma peça processual em causa própria, para poder retirar a tornozeleira eletrônica, que estava danificada e só lhe causava transtorno — apitava aleatoriamente. O juiz federal autorizou.
Mas Walter não conseguiu ainda voltar à faculdade, apesar do advogado ter-lhe reservado vaga na Unip de Araraquara. Ele não pode fazer o ensino a distância.
Sua situação de precariedade financeira sensibilizou o escritor Fernando Morais, autor da biografia do Lula, recém-lançada.
O escritor já anunciou que, em razão disso, fará um único lançamento presencial, e será em Araraquara, com renda do direito autoral destinada a Delgatti.
O lançamento será no auditório da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, dia 13, às 19 horas.
O hacker (na verdade, ex-hacker) também abriu uma nova vaquinha, para ajudar no seu sustento e também da própria filha. A chave do pix é ajudeodelgatti@gmail.com.
O dinheiro cai direto em uma conta dele, conquista que obteve nos tempos recentes, quando tenta reconstruir sua vida. Agora como pai de família e com a certeza de que encontrou sua vocação. Será advogado. De fato e de direito.
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