Waldir Maranhão, de herói a trapalhão
Waldir Maranhão de pedra virou vidraça, de herói virou vilão. Pagou um preço alto para quem sonhava em presidir a Câmara Federal e certamente aprendeu a lição. Afinal, quem tem telhado de vidro, jamais pode jogar pedra no dos outros

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“Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram”, Voltaire.
Não foi o caso do Presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA), que errou não uma, mas várias vezes e retroagiu tantas quanto foram necessárias para tentar compensar o peso deles.
Se não o fosse a quantidade em tão pouco tempo, os erros de Maranhão poderiam, com efeito, até ser acertos. A exemplo da anulação das Sessões do Plenário da Câmara dos Deputados, ocorridas nos dias 15,16 e 17 de abril deste ano, que deliberou a denúncia de crime de responsabilidade n. 1/2015, da presidenta Dilma Rousseff e a posteriori a sua revogação, foi o principal exemplo da insegurança e despreparo, para dirigir a casa legislativa. Ou seja, se ele mantivesse a decisão (e não o fez por medo de perder o mandato), mesmo sendo ignorada por Renan Calheiros Presidente do Senado, sairia como o herói da última hora, que tentou até o último segundo, salvar o mandato honesto e legítimo da presidenta afastada.
Só que não, com a mesma rapidez que o fez e assinou, o desfez e de novo pôs a cara a tapa. E muito longe de tentar salvar o mandato de Dilma que tanto defendia, ele estava ali naquele ato, única e exclusivamente tentando salvar apenas o seu. Como um último esforço comandante do navio naufragando ele gritasse: “Salve-se quem puder, os inteligentes e nobres primeiro”...
“Se alguém se apresenta de forma insegura, como Waldir Maranhão, a dedução é que não tem conhecimento, autoridade, nem credibilidade.” Completa Reinaldo Polito, professor de Oratória.
Não vou aqui enumerar todos eles, ficaria cansativo. Mas o erro de transferir a sessão que irá definir o sucessor de Cunha (e por tabela seu também) na presidência da Câmara desta quarta (13) para quinta (14) e voltar atrás, foi outra lambança do deputado maranhense.
O deputado carioca Júlio Lopes (PP-RJ), na sessão do dia 20 do mês passado, desmoralizou o seu colega de partido, expondo-o ao ridículo em rede nacional: “Peço a Vossa Excelência que não mais venha a essa sessão, para tentar presidi-la. Porque de fato não o faz”, disse ele em tom exaltado. Reveja aqui: https://youtu.be/Lxi12jY_h8Y
O mais engraçado é que o Partido Progressista de Maranhão e Lopes, foi o mais citado na Operação Lava Jato, como aquele que mais recebeu propina. Reveja aqui:
E pior, o exaltado deputado carioca, é investigado no Inquérito 3414 por apropriação indébita previdenciária. A tramitação do inquérito está suspensa até que o deputado quite os débitos contraídos por sua empresa. Segundo matéria no site Congresso em foco. Reveja aqui: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/julio-lopes-pp-rj-3/
E também teve seus bens bloqueados pelo TJ-RJ, pelo acidente com o Bonde de Santa Teresa, ocorridos em 2011. Reveja aqui:
Que moral ele tem para dar lição em Waldir Maranhão em sessão na Câmara?
Waldir Maranhão de pedra virou vidraça, de herói virou vilão. Teve sua vida investigada, o filho perdeu emprego (fantasma) no TCE-MA, teve de devolver salários recebidos irregularmente da Universidade Estadual do Maranhão e ainda viu o seu sigilo bancário ser quebrado. Pagou um preço alto para quem sonhava em presidir a Câmara Federal e certamente aprendeu a lição. Afinal, quem tem telhado de vidro, jamais pode jogar pedra no dos outros. Resta-nos saber, o que vai acontecer com ele após a eleição da nova presidência da casa legislativa?
De uma coisa ele pode ter certeza: “Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer.” (Fernando Pessoa). E foi isso mesmo que aconteceu, ele se perdeu em querer o lugar de seu ex- amigo Eduardo Cunha. Da mesma forma que está acontecendo com um outro presidente interino, o Michel ( Cartinha) Temer. Mas isso é tema pra uma outra história...
Só espero que o próximo Presidente da Câmara não repita os erros de seus antecessores (que fizeram bobagens) e, realmente mude a energia da casa. Que faça as coisas importantes acontecerem e devolva a credibilidade necessária dessa seara legislativa, ao incrédulo povo brasileiro.
Que vença o melhor... menos aquele apoiado pelos golpistas, para terminar de esculhambar com o que restou de esperança por lá.
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