Vida que segue: como?
"Pululam as previsões do que mudará no mundo e na vida das pessoas com esta coronavírus. Ninguém pode garantir as consequências, nem sua duração e profundidade. Mas algumas consequências já são claras, mesmo que não se saiba sua duração", projeta o colunista Emir Sader
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Pululam as previsões do que mudará no mundo e na vida das pessoas com esta coronavírus. Ninguém pode garantir as consequências, nem sua duração e profundidade. Mas algumas consequências já são claras, mesmo que não se saiba sua duração.
Na economia:
- profunda e prolongada recessão (sem se saber sua duração precisa)
- gigantesco desemprego
- enorme déficits públicos.
Na política:
- mais Estado, mais setor público, menos mercado
- mais governos e governantes que cuidem da população e menos show men nos governos
- mais China e menos Estados Unidos
- prioridade de programas de reconstrução nacional
- prioridade das políticas de saúde pública
- mais universidades e escolas públicas
- mais centros públicos de pesquisa
- maior importância do pessoal de saúde pública: médicos, enfermeiras, administradores hospitalares, hospitais, centros de saúde, Sus, programas públicos de saúde e de prevenção
- maior importância dos bancos públicos
- maior importância dos programas de transferência de renda
- responsabilidade maior dos meios de comunicação
Na vida das pessoas:
- mais delivery e menos restaurantes
- mais filmes em casa e menos cinemas
- mais compras nos bairros
- menos viagens longas
- mais reuniões virtuais
- mais cursos virtuais
- maior cuidado com os idosos e com as populações de rua
- mais leituras, livros e análises
- mais afeto e sentimento entre as pessoas
- privatização da vida das pessoas, recolhimento nas casas, menor circulação pública
- mais proteção de saúde
- mais alimentação saudável
- mais relações por internet
Nas visões de mundo:
- menos economia e mais política pública
- menos neoliberalismo, mais esfera pública
- mais educação pública
- mais Estado, menos mercado
- mais ciência e menos religião
- mais solidariedade, menos egoísmo
- mais recursos públicos, menos apologia das empresas privadas
- mais civilização e menos capitalismo
- mais democracia e participação popular
- mais tentativas de previsões sobre o futuro
Esta é uma primeira aproximação do que virá, não é científica, nem sistemática. Uma primeira abordagem das peças de um quebra cabeças que ainda tarda para ser montado.
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Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
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