Vergonha impressa
A verdade é que deviam pintar o Palácio do Planalto. Seria mais barato, já que nos coloriram desde o golpe de 2016, cobrindo nosso rosto de branco, pintando sobrancelhas e olheiras exageradas, com uma grande boca vermelha cômica e uma bola vermelha no nariz. Isso porque no final, para ficarmos palhaços perfeitos, ainda falta um cenário combinandinho
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Aqui estão agora os volantes mais birutas do mundo para realizar mais uma Corrida Maluca, numa disputa pelo título de volante mais biruta do mundo. Aí estão eles se alinhando: A tanqueciata. A nova modalidade de tentar abarcar apoio popular através do desfile militar de seu poderio na frente do Congresso Nacional, no dia em que forçaram a votação do voto impresso, contou com Tanque M113 de 1960, Astros II de 1983, M114 de 1942, EE-9 cascavel de 1974, M60 Patton de 1961 e Leopard I de 1956. Alguns deles exibindo problemas no motor, que lembrava o alto-falante ligado falando: "Pamonhaaa, olha a Pamonhaaa fresquinha na sua porta!”.
A grande ideia que apoiadores dizem que foi coincidência de datas, pois todos os anos, são feitos exercícios entre as Forças armadas em várias capitais, com o objetivo de integrar os comandos entre as tropas, porém, o desvio para a esplanada, no dia da votação da PEC do voto impresso, com intuito de intimidar os parlamentares, foi uma das formas encontradas para essa finalidade. O que antes poderia ser uma ideia de demonstração de que as forças armadas estão apoiando o governo, se traduziu em um fiasco na concepção e na adesão dos espectadores. Ainda colocaram pentecostais para ligarem aos parlamentares para forçarem uma virada de intenção, mas em vão.
Por que essa experiência foi bizarra? Por que claramente a ideia estapafúrdia de implantação do voto impresso defendida pelo presidente para tentar controlar o sistema eleitoral, descontrola totalmente as ações de Bolsonaro e suas pautas ideológicas, que apenas conversam com seus apoiadores. Torna um caos o país com discursos e postagens na internet durante meses. Uma comissão rejeita a pauta do voto impresso, forçam a ida da votação em plenário, que mais uma vez derruba a questão. Para 2022, não existe mais chance de mudança de regra. Bolsonaro irá acatar essa decisão? Ele não tem mais chances legais para isso, apenas através de golpe.
Poder-se-ia pensar em um plano como a Máquina do Mal com o seu volante malicioso e cheio de más intenções... Dick Vigarista e o seu ajudante Mutley, sempre prontos a aplicar um golpe sujo. Tumultuar até 2022 vai continuar até o dia das eleições. Ledo engano daqueles que acham que essa pauta irá terminar aqui. Mesmo sabendo que o golpe armado hoje em dia é mal visto no exterior, que investidores irão fugir, parceiros comerciais irão desfazer seu apoio e dessa forma, apressaremos nosso título de República das Bananas afetando absolutamente em tudo em relação ao funcionamento do país.
Penso que defenestrando a extrema direita do país em 22, levaremos, pelo menos, mais 10 anos de reconstrução do país para que esse quadro instalado possa voltar ao eixo. No momento, a pergunta que fica: Qual Regime que tem gente exilada, preso político, queima de arquivos, universidade sucateada, arte censurada, militares no poder, professores perseguidos e tanque nas ruas. Ditadura militar? Não, Brasil de Bolsonaro, 2021. O tumulto que temos diariamente seja pelo voto impresso, seja pela abolição das máscaras, seja a imposição da Lei de Segurança Nacional, temos um presidente que, sem apoio popular ou sem base no congresso, que se acha o Pinochet da cocada preta. Enquanto isso, o povo sofre sem vacinas, sem emprego, sem ciência e sem democracia.
A verdade é que deviam pintar o Palácio do Planalto. Seria mais barato, já que nos coloriram desde o golpe de 2016, cobrindo nosso rosto de branco, pintando sobrancelhas e olheiras exageradas, com uma grande boca vermelha cômica e uma bola vermelha no nariz. Isso porque no final, para ficarmos palhaços perfeitos, ainda falta um cenário combinandinho.
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