Ver um Brasil melhor

Um golpe contra a democracia nos trouxe até aqui, com direito a reformas absurdas, da Previdência à trabalhista, e um horizonte nublado completamente, tomado por cínicos no poder. Mas os ventos sopram em outra direção por agora

Bras�lia - Presidente Michel Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, no lan�amento do programa Refrota 17, no Pal�cio do Planalto (Valter Campanato/Ag�ncia Brasil)
Bras�lia - Presidente Michel Temer e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, no lan�amento do programa Refrota 17, no Pal�cio do Planalto (Valter Campanato/Ag�ncia Brasil) (Foto: Jandira Feghali)


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O samba é expressão autêntica de nossas dores e alegrias. Canta-se amores, vitórias e saudades com sentimento único. Até parte de nossa história se embala na harmonia dos pandeiros e cavacos. Mesmo num momento tão difícil para os que lutam no campo progressista, a mudança nos ventos tem tradução lírica. São como os versos de Martinho da Vila de 1974: "Vamos renascer das cinzas / Plantar de novo o arvoredo / Bom calor nas mãos unidas / Na cabeça de um grande enredo". O cenário está mudando, num enredo de intensa unidade.

Como se sabe, a manifestação do último dia 26, liderada por grupos pró-impeachment de Dilma, foi um fiasco. Capitais vazias e ruas silenciosas daquele domingo gritaram que a sociedade está despertando para o tal abismo cavado nos últimos dois anos. O emagrecimento espontâneo dos protestos do MBL e Vem Pra Rua apontam que o povo não compartilha mais de suas oportunistas pautas, agora materializadas na defesa absoluta de Temer e da Reforma da Previdência. Não os enganam mais. E isso expressa a virada no embate político do país.

Em Brasília, a consequência disso é imediata. As próprias mudanças criadas por Temer nos últimos dias dentro do texto da reforma da Previdência mostram sua fragilidade política e legitimidade para lidar com assuntos tão estruturantes. Com este horizonte, a derrota é iminente no Congresso Nacional. A noite de votação da Terceirização apontou claramente isso: a base aliada do presidente ilegítimo não conseguiu os votos necessários para se aprovar uma PEC, como regimentalmente o texto da desastrosa reforma. O governo definha em suas próprias maldades com o povo.

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Em poesia, o Brasil está se reencontrando na defesa de sua História, dos direitos garantidos por nossa Constituição Federal e diversos outros pactos nos últimos 100 anos. A enorme marcha feita no dia 8 de março por trabalhadoras em suas diferentes faces, passando pelo dia 15, por todo o país, em diferentes cidades, se desdobra no próximo dia 31. Será novamente nossa vez de dar o recado a este governo. Seremos muitos, de braços dados, em defesa do país.

A sanha deste governo neoliberal e sem votos será freada em breve. Um golpe contra a democracia nos trouxe até aqui, com direito a reformas absurdas, da Previdência à trabalhista, e um horizonte nublado completamente, tomado por cínicos no poder. Mas, como disse, os ventos sopram em outra direção por agora.

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Não foi fácil chegar até aqui, ver a injusta deposição de uma mulher da Presidência e a chegada de um projeto altamente atrasado e conservador ao poder. Contudo, a derrota de Temer chegará. O amanhã será melhor, como na inesquecível magia de Martinho, "Vai amar a liberdade / Só vai cantar em Tom Maior / Vai ter a felicidade de ver um Brasil melhor". Teremos, sim, meus amigos. Às ruas!

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