Venezuela pode ser o novo Vietnã dos EUA
O não reconhecimento por parte dos EUA, e de governos direitistas reunidos no Grupo de Lima, de uma eleição chancelada por cerca de 200 observadores internacionais pode ter sido a senha para uma intervenção militar
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Trump e seus lacaios na América Latina, dentre eles o governo golpista de Temer, que se preparem: se optarem mesmo por uma agressão armada contra a Venezuela, abrirão as portas do inferno para si mesmos, de onde só sairão derrotados e humilhados, a exemplo do que aconteceu no Vietnã (a imagem deste artigo mostra a fuga desesperada de norte-americanos da embaixada estadunidense, em Saigon).
O não reconhecimento por parte dos EUA, e de governos direitistas reunidos no Grupo de Lima, de uma eleição chancelada por cerca de 200 observadores internacionais pode ter sido a senha para uma intervenção militar. Na Venezuela, como no Brasil, está claro que pela via eleitoral as forças conservadoras estão condenadas a amargar incontáveis derrotas. Resta aos verdugos da democracia do continente a ruptura da ordem constitucional.
Em Honduras, no Paraguai e no Brasil, os golpes clássicos com tanques, baionetas e fechamento do legislativo deram lugar a um sofisticado modelo, que mantém uma aparência de legalidade, enquanto uma ditadura de novo tipo se impõe através das próprias instituições do Estado em aliança com a mídia monopolista. Tudo respaldado pela cumplicidade silenciosa das forças armadas.
Mas na Venezuela o buraco é mais embaixo. Corromper as sólidas instituições da República Bolivariana é que são elas. As forças armadas do país não se cansam de dar demonstrações públicas de fidelidade à Constituição. Mesmo compromisso reiterado seguidas vezes pela Corte Suprema, que não foi formada a partir de critérios ingênuos, inconseqüentes e suicidas, como os adotados pelos governos de Lula e Dilma na indicação de ministros para os tribunais superiores.
O erro petista de não investir na politização e na organização do povo não foi cometido pela Revolução Bolivariana. Ao contrário, os comitês de defesa da revolução estão presentes em cada escola, cada fábrica, cada bairro. Desde os tempos do comandante Hugo Chávez, os governos revolucionários se preocuparam também em criar uma rede de veículos de comunicação não alinhada com a mídia comercial e golpista.
Não nos iludamos: bloqueados os caminhos para o tipo de golpe que vingou no Brasil, os abutres do imperialismo cogitam seriamente o uso da força, de olho no roubo do abundante petróleo da Venezuela.
A propósito, recomendo fortemente uma matéria publicada no site 247 desta terça-feira, 22/5, na qual o professor Igor Fuser, da Universidade Federal do ABC, levanta a hipótese de os EUA agirem indiretamente na invasão da Venezuela, usando as tropas do Brasil e da Colômbia sob o pretexto da prestação de serviços de natureza humanitária à população.
Aviso aos navegantes do império e seus lambe-botas: essa aventura pode custar caro. Além de forças armadas regulares bem treinadas e motivadas ideologicamente, a Venezuela dispõe de uma milícia bolivariana formada por cerca de 500 mil pessoas, e que pode dobrar ou triplicar de tamanho a depender da necessidade. É o povo armado pronto para defender a pátria dos invasores. Se os EUA quiserem tentar a sorte, fiquem à vontade.
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