Vencer o mal e reconstruir o Brasil

O último período histórico tem colocado o Brasil diante de dois grandes desafios. O primeiro é derrotar a quadrilha que se apossou do poder federal a partir de um golpe de estado e o outro, não menos importante, é reparar, com a maior brevidade possível, os enormes danos impostos a nação pelos criminosos que hora governam o país

10/07/2017- São Paulo- SP, Brasil- Manifestações contra as reformas de movimentos sociais no centro de São Paulo com o boneco do presidente Michel Temer queimado Foto: Paulo Pinto/ AGPT
10/07/2017- São Paulo- SP, Brasil- Manifestações contra as reformas de movimentos sociais no centro de São Paulo com o boneco do presidente Michel Temer queimado Foto: Paulo Pinto/ AGPT (Foto: Décio Lima)


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O último período histórico tem colocado o Brasil diante de dois grandes desafios. O primeiro é derrotar a quadrilha que se apossou do poder federal a partir de um golpe de estado e o outro, não menos importante, é reparar, com a maior brevidade possível, os enormes danos impostos a nação pelos criminosos que hora governam o país.

A lista de prejuízos causados, ao patrimônio nacional, a democracia, aos direitos da população, ao respeito internacional pelo Brasil, a natureza, aos direitos humanos e a própria qualidade da vida de cada um de nós, é gigantesca e lança uma sombra agourenta sobre o futuro do país. Desde de sua ascensão ilegítima ao poder o governo Temer – PSDB – PMDB tem operado em duas estratégias destinadas a liquidar o Brasil. Uma aplicada no Congresso Nacional resultou em ofensiva, regiamente recompensada com dinheiro público, e se debruçou sobre o desmonte do Estado, a blindagem do governo cleptocrata e a liquidação dos direitos dos trabalhadores. Tem como seu saldo a manutenção de um sabido criminoso na Presidência, o congelamento dos investimentos em saúde e educação por duas décadas e o retorno das relações de trabalho a algum lugar no meio do século XIX. A outra estratégia, operada diretamente pelo Planalto, é a de liquidar a preço vil toda e qualquer riqueza nacional possível. Se a ofensiva legislativa dá sinais de esgotamento, o dinheiro acabou e as eleições estão chegando, a pilhagem dos bens materiais do país segue a todo pano, inclusive se aprofundando e radicalizando rapidamente.

A venda de lotes, dos mais rentáveis do pré-sal, para a chinesa CNPC, a britânica BP, a Shell e a Repson Sinopec, ocorrida na última semana de outubro, é o mais pérfido e inescrupuloso ataque realizado pela horda golpista contra o patrimônio do povo brasileiro. Vendidos por muitas vezes menos que seu valor os campos foram colocados integralmente sobre o controle de empresas estrangeiras, elas explorarão na proporção e velocidade que desejarem, tirando do país o mínimo de controle suas reservas estratégicas. Pela primeira vez campos de petróleo no Brasil estarão totalmente sob controle estrangeiro e sem nenhuma participação da Petrobrás. E não são quaisquer campos, dos mais produtivos do pré-sal possuem petróleo de altíssima qualidade e refino barato. O pré-sal, maior reserva de petróleo descoberta em três décadas, é resultado dos investimentos, em pesquisa, realizados pelo governo Lula. Sua descoberta abriu possibilidades de um novo futuro para o Brasil, trata-se de riqueza suficiente para reparar muitos dos males e desigualdades que afligem nossa sociedade. O recursos da exploração do pré-sal são vultosos o bastante para financiar, sob controle público e bem aplicados, sistemas educacional e de saúde de excelência, capazes de levar o País a um novo patamar civilizatório.

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Sem qualquer razão que possa ser explicada a partir dos interesses do Brasil o governo golpista entregou uma riqueza imensa em petróleo, praticamente de graça, para um conjunto de multinacionais estrangeiras. Enquanto a China fica com 74% e os EUA com 67% do valor de cada barril de petróleo extraído em seus territórios, o Brasil se contentará com míseros 40%. Além disto, não saberemos exatamente quanto petróleo será extraído e nem a que custo, posto que o contrato determina que as próprias empresas informarão os montantes extraídos e os custos de produção, que incidem sobre o valor pago ao país por barril, ou seja, as raposas patrulharão o galinheiro. É mais do que um acordo de pai para filho, é o tipo de desvalorização que uma mercadoria de boa qualidade só sofre quando é objeto de roubo, alguém só venderia tão barato algo que foi roubado de outras pessoas, é exatamente este o caso.

Ao entregar algo tão precioso e de tal valor estratégico o bloco golpista desvenda parte de sua natureza. Trata-se de um governo que não só tem uma postura indiferente as necessidades do Brasil e do povo brasileiro, é verdadeiramente um grupo de pessoas que defende um projeto antinacional, que não reconhece para seu país qualquer mérito ou direito e está firmemente convencido que o destino da nação é servir de colônia e pasto dos interesses estrangeiros. Seu único e ordinário desejo é que, mesmo ao custo de milhões de miseráveis e o naufrágio do país, eles possam participar da pilhagem da nação.

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É a segunda vez, desde a democratização recente do Brasil, que os saqueadores atacam sem constrangimento as riquezas nacionais. Durante os governos de FHC e agora novamente, travestidos de neoliberais, fantasia teórica destinada a ocultar o roubo puro e simples dos pobres pelos ricos, ladrões dos mais ordinários tentam encher seus cofres antes de abandonar o povo na miséria mais medonha. Não triunfaram antes e não triunfarão agora.

Como antes, nós os venceremos, porque nossa causa é justa, e como antes reconstruiremos o Brasil, mais forte, mais justo e mais democrático.

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