Veja faz
Veja merece perder as eleições. E Veja merece ser vendida num saquinho plástico impermeável, com uma recomendação do Ministério da Saúde estampada do lado de fora
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Faz parte.
Gastei parte da minha manhã lendo a revista Veja.
Chamo de revista porque estudei artes gráficas e opto pelo termo técnico.
Não fora isto, chamaria de outra coisa.
Lida capa e miolo, não há dúvida de que se trata apenas de um panfleto eleitoral contra a reeleição de Dilma, contra Lula e contra o PT.
Panfleto que desrespeita a legislação eleitoral.
Panfleto escrito com assessoria de advogados.
Teria muita coisa a ser dita. Mas para economizar nosso tempo, vejamos apenas os dois trechos a seguir (os negritos são meus):
Trecho 1: "VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato. VEJA publica fatos com o objetivo de aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes, que, como se sabe, não escolhem o momento para acontecer".
Trecho 2: "(...) poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal? Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa. Não é disso que se trata. Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma."
Sutil, não?
Eventos relevantes não escolhem o momento para acontecer.
"Eventos" não. Mas a mídia escolhe do que falar, como falar e o momento de falar.
Por exemplo: a falta de água em São Paulo.
Vai ver que eventos tucanos não movem a Veja.
Mas afinal, de que eventos trata a presente edição da revista?
Lendo o texto, não se encontra uma mísera prova de que:
1)Youssef tenha realmente dito o que Veja coloca na boca dele;
2)Os "investigadores" tenham realmente ficado convencidos de algo.
Tudo que há é off.
Off... ou pura e simples invenção.
Por falar em invenção, convém lembrar do episódio relatado no link abaixo:
http://terramagazine.terra.com.br/semfronteiras/blog/2010/12/26/a-falsa-comunicacao-de-crime-feita-por-gilmar-mendes-encerra-2010/
Mas vamos imaginar que Youssef tenha mesmo dito algo (seu advogado nega) e vamos supor, também, que os investigadores tenham mesmo ficado convencidos de algo.
Ainda assim, quem garante que Youssef esteja falando a verdade?
Como se sabe, o que é dito na delação premiada precisa ser comprovado.
Sem provas, é um ato criminoso divulgar uma acusação desta gravidade.
E fazê-lo neste momento constitui interferência criminosa no processo eleitoral.
Veja cometeu estes crimes, para tentar ajudar Aécio nesta reta final.
Ou, quem sabe, para começar antecipadamente a campanha de 2018.
Mas Veja sabe o risco que está correndo.
Por exemplo, o de ter que pagar uma indenização milionária.
Certamente por isto, algum advogado recomendou à Veja incluir, no mesmo texto em que condena Lula e Dilma, a seguinte frase: "não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa".
Não é genial?
Não se pode condenar, com base numa narrativa que Veja atribui a terceiros, mas que tudo indica forjada pela própria revista.
Não se pode condenar, mas Veja pode divulgar, em matéria de capa, na véspera da eleição, como se verdade fosse.
Veja merece um escracho.
Veja merece ser condenada, entre outras coisas a pagar uma indenização monstro a todos que ofendeu.
Veja merece sobreviver única e exclusivamente de seus assinantes e leitores.
Veja merece perder as eleições.
E Veja merece ser vendida num saquinho plástico impermeável, com uma recomendação do Ministério da Saúde estampada do lado de fora.
Algo genérico assim: Veja faz (muito) mal.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247