VEJA ataca novamente e mostra que "frente ampla" é para isolar Lula

A imprensa golpista faz uma gigantesca campanha para que o PT abra mão de suas candidaturas e para que a esquerda “supere” Lula com “novas lideranças”

Matéria da VEJA contra Lula
Matéria da VEJA contra Lula (Foto: Reprodução | Brasil 247)


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Por Juca Simonard

A revista VEJA, linha de frente na campanha pelo golpe de Estado, atacou Lula novamente, em matéria defendendo a frente ampla. No artigo, que comenta a reunião entre o ex-presidente e Ciro Gomes (PDT) e fala do duvidoso “realinhamento” entre os dois, a revista critica o fato de que Lula não abrirá mão de uma candidatura própria para uma chapa encabeçada pelo cearense para enfrentar Jair Bolsonaro em 2022.

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De maneira canalha e tendenciosa, mostrando o verdadeiro caráter da “frente ampla” defendida pela direita e por alguns setores da esquerda, a VEJA escreve que a reunião entre o petista e Ciro indicaria “que Lula estaria disposto a abrir mão do projeto hegemônico e até da candidatura presidencial petista para apoiar um aliado na próxima disputa presidencial. Em suma, estaria se materializando uma chapa encabeçada por Ciro tendo Lula como vice para enfrentar Jair Bolsonaro em 2022”.

Para a VEJA, “o problema é que isso não passa de uma miragem. O ex-presidente é dono de algumas qualidades políticas, mas a magnanimidade não é uma delas”. Por algum motivo, a VEJA (mais um jornal golpista que quer “aconselhar” a esquerda) vê na candidatura de Lula, o maior líder popular do País e político perseguido pelo golpe, um “problema”.

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Ainda mais, para reforçar a crítica contra o PT, principal legenda da esquerda no Brasil, a revista ataca o partido por não estar abrindo mão de suas candidaturas “em capitais e grandes municípios em favor de postulantes de legendas de esquerda, como o PSB, o PDT e o PSOL”. E reforça os dados das pesquisas dos institutos golpistas que mostram que “em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os candidatos do PT estão, segundo as pesquisas, fora do segundo turno”. 

Também, a matéria divulga a declaração de “um integrante do partido que, por razões óbvias, pede para não ter o nome revelado”: 

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“O Lula hoje é o nosso caudilho. Nenhuma decisão das alianças políticas passa sem a autorização dele. É uma subserviência total. O PT é governado quase que por um papa. Enquanto isso continuar assim, as derrotas continuarão no horizonte”.

Ou seja, Lula é criticado por não apoiar outros candidatos de “esquerda” que, segundo apontam as pesquisas, têm mais chances de ir ao segundo turno, mas não é só isso: também onde o PT está indo ao segundo turno, o partido é criticado por manter a candidatura, como em Pernambuco.

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“Na capital pernambucana, a deputada petista Marília Arraes está na segunda colocação e, apertada por outros dois concorrentes, tenta chegar ao segundo turno. Se conseguir passar de fase, ela enfrentará o deputado João Campos, do PSB, que lidera o páreo e deveria ter contado, desde o início da campanha, com o apoio do PT, não fosse a intervenção de Lula e da direção partidária”, diz o artigo.

Quer dizer, para a VEJA (e essa é a posição de toda a direita golpista), o PT nem deveria ter lançado candidato nestas eleições. Para os golpistas, o PT deveria apoiar Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo; Martha Rocha (PDT) no Rio de Janeiro; João Campos (PSB) em Recife; José Sarto (PDT) em Fortaleza; e assim segue.

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Por isso, a VEJA entra na campanha de denunciar o “hegemonismo” que o PT - lembremos novamente, o maior partido da esquerda - não quer abrir mão. E para isso, divulga declarações de supostos aliados, como Carlos Siqueira, presidente do PSB:

“A posição do PT sempre foi de exclusivismo. Nestes anos de democracia, nos momentos cruciais, o PT não ficou com o país, ficou com ele próprio e com as suas conveniências”. “Há uma visão autoritária e exclusivista que acha que só o PT pode ser o representante da esquerda, que acha que fora da igreja não há salvação. Que igreja é essa?”

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Isto é, o PT, por ser o partido com mais apoio popular e contar com Lula, líder formado nas lutas operárias contra a ditadura, seria uma espécie de seita, “igreja”, por entender que nenhum destes líderes de “esquerda” - fabricados pela imprensa capitalista, que integram partidos que apoiaram o golpe, ou que têm apoio apenas numa classe média esquerdista - têm mais apoio do que Lula. 

Na lógica dos fracassados, é o PT que deveria apoiar os outros e não os outros que deveriam se unir em torno da candidatura de Lula para realizar uma campanha contra a perseguição política, o golpe e o governo Bolsonaro.

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Matéria da VEJA contra Lula(Photo: Reprodução)Reprodução

Mas com este artigo, cujo o título (“Como a esquerda tenta se livrar do ex-presidente Lula”) é canalha em si, fica ainda mais óbvio qual é o papel da “frente ampla” no Brasil: unir a esquerda com golpistas, acabando assim com um movimento real contra o golpe, e isolar Lula e o PT, que por terem a capilaridade nas massas brasileiras representam uma ameaça para a direita.

Por isso a imprensa golpista faz uma gigantesca campanha para que o PT abra mão de suas candidaturas e para que a esquerda “supere” Lula com “novas lideranças”. A VEJA conclui o artigo com os argumentos que desmascaram sua suposta vontade de ver a esquerda vencer o bolsonarismo:

“Lula ainda é um político popular. Mas é também um ex-presidiário, condenado a 26 anos de cadeia, artífice e beneficiário de um dos mais impressionantes esquemas de corrupção já descobertos. Em seus dois governos e nos dois de sua sucessora, Dilma Rousseff, empresas estatais foram saqueadas em bilhões de reais. O dinheiro roubado engordou os cofres de empreiteiras amigas do PT, subornou parlamentares e enriqueceu políticos e dirigentes partidários”.

Foi esse tipo de propaganda, lembremos, que permitiu a ascensão da extrema-direita no Brasil. Todos esses jornais “pela democracia” de agora (Folha, Globo, Estadão, VEJA, etc.) são responsáveis por Bolsonaro e pelo golpe. Não é de se espantar que a política de “frente ampla” seja para favorecer os mesmos interesses golpistas.

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