Vampirismo digital e agora consentido, autorizado e pago pela Petrobras à Microsoft
“O nível de irresponsabilidade, submissão e entrega de tudo que foi construído no país aos EUA, reforça a interpretação sobre o colonialismo consentido, o grau de submissão e entrega de tudo que é de interesse da nação de forma desavergonhada e vil, como crime de lesa-pátria”, diz o colunista Roberto Moraes
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As 5 Big Techs americanas (Microsoft, Google, Apple, Facebook e Amazon) cada vez capturam mais dados na condição de "plataformas-raiz" do mundo digital ao oferecer diversos serviços no mundo cada vez mais digitalizado, do capitalismo de plataformas.
Nessa ótica vale observar aqui a matéria da Bloomberg replicada e traduzida pelo Valor Online: "Parceria com Petrobras alavanca Microsoft no setor petrolífero".
A reportagem fala sobre a contratação que a estatal fez para uso e armazenagem de seus dados nas nuvens (clouds), da Microsoft, uma destas Big Techs, americanas, que atuam como "plataforma-raiz" para controle de dados nas redes digitais.
Dessa forma, é possível que dados estratégicos da estatal "sobre as atividades de perfuração costeira da Petrobras", que agora estão guardados em nuvens da megaempresa americana Microsoft, para serem usados em trabalhos pelos funcionários da petroleira brasileira, possam estar desprotegidos dos enormes interesses que se tem no mundo de informações da Petrobras.
No mínimo se tem enorme desconfiança de transferência deste controle dos seus para uma empresa americana, de forma consentida e autorizada. A Petrobras é uma das maiores petroleiras do mundo. E responsável por seis das dez maiores descobertas de campos de petróleo no mundo, na última década, e tem hoje, uma das maiores fronteiras de exploração a nível global que é a reservas do Pré-sal.
Que controle teria a estatal sobre a segurança dos seus dados. Há até hoje fortes desconfianças de que o FBI, a NSA e petroleiras americanas possam ter tido a acessos a informações sobre os sucessos e estratégias exploratórias da Petrobras que o Edward Snowden divulgou para todo o mundo e os EUA nunca negou.
Vale ainda recordar que entre janeiro e fevereiro de 2008, já na época das prospecções do pré-sal no litoral brasileiro, 4 notebooks e dois pentes de memória com dados sobre perfuração foram furtados da Petrobras no transporte entre Macaé e Rio de Janeiro.
Na ocasião, "a Polícia Federal de Macaé informou que os funcionários da Halliburton - empresa que presta serviços à Petrobras e que seria responsável pelo transporte dos equipamentos tinham percebido que o cadeado que protegia os notebooks e os discos rígidos haviam sido substituídos". (Veja aqui matéria do G1)
O inquérito que apura o caso foi aberto e até hoje nada foi descoberto. A para-petroleira americana Halliburton informou que teria contratado com funcionários da Transmagno para o transporte dos equipamentos e que a carga provavelmente não foi transportada em um contêiner de grande porte (12 metros), mas sim em um de menor porte, com 3 metros".
Hoje, não seria necessário nem a atuação da NSA e nem ladrões de notebooks em carros de transporte. O acesso aos dados foram autorizados pela direção da própria estatal tendo total confiança na Big Tech.
Vale ainda recordar que em 2013, o conhecido fato de que o Estado americano através a NSA (utilizando o software PRISM), realizou explosiva coleta de dados de usuários de todo o mundo, incluindo o Brasil (a Petrobras) e presidentes de países, diretamente das plataformas destas companhias dos EUA, como a: Microsoft, Google, Facebook, Apple, entre outras.
Hoje, o nível de irresponsabilidade, submissão e entrega de tudo que foi construído no país aos EUA, reforça a interpretação sobre o colonialismo consentido, o grau de submissão e entrega de tudo que é de interesse da nação de forma desavergonhada e vil, como crime de lesa-pátria.
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