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"O governo de Jair Bolsonaro, que governa para a elite conservadora e colonialista do Brasil, saudosa do açoite de negros nos pelourinhos da época da escravatura, promoveu tamanho desmonte econômico que transformou o país numa imensa senzala e essas questões precisam ser debatidas nas ruas, locais de trabalho, nas reuniões de família, incessantemente"

(Foto: Marcos Corrêa/PR | Reprodução Twitter@jonasdiandrade)


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“Ele fala o que pensa!”, essa afirmação foi repetida milhões de vezes durante a campanha eleitoral de 2018, sempre quando alguém tentava justificar o voto injustificável em Bolsonaro para presidente da República. Uma estratégia arriscada que rendeu ao ex-capitão o apoio impressionante de 46% dos brasileiros. 

Ao vociferar suas verdades ignóbeis, Jair angariou para si uma legião de fãs que o levaria a vitória nas urnas, através do voto popular. Cidadãos que se sentiram legitimados através do discurso misógino, homofóbico e, principalmente, racista do ex-deputado que concorria ao cargo de mais alto escalão do país.   

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Garantir que seus filhos nunca namorariam mulheres negras “porque foram bem-educados”; comparar quilombolas a gado, atribuindo-lhes como medida de peso a arroba e, ainda, afirmar que esses não serviriam “nem para procriar”, escancarava o desprezo do atual presidente ao povo negro que, inclusive, ajudou a elegê-lo.  

Talvez por isso, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung tenha publicado, dias antes do segundo turno das eleições, a seguinte pergunta: “Por que os negros (brasileiros) escolhem um racista?”. 

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Esse mesmo questionamento precisa ser refeito neste momento em que estamos às vésperas do Dia da Consciência Negra. Alguém poderia responder? 

A imprensa internacional se abismou com o fato de um país, onde 56% da população brasileira é negra, e que os negros são 75% entre os mais pobres, tenha elegido um candidato que nunca escondeu seu preconceito e, passados três anos, ainda precisamos levantar essa reflexão. 

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O governo de Jair Bolsonaro, que governa para a elite conservadora e colonialista do Brasil, saudosa do açoite de negros nos pelourinhos da época da escravatura, promoveu tamanho desmonte econômico que transformou o país numa imensa senzala e essas questões precisam ser debatidas nas ruas, locais de trabalho, nas reuniões de família, incessantemente.  

E o problema vai além. Mecanismos racistas praticados contra jovens negras e negros nas periferias servem de arranjo institucional do ex- capitão e seus comparsas, um grupo de milicianos fundidos ao Estado, para exterminar um povo e beneficiar-se do patrimonialismo racista que estrutura nossa nação. 

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Portanto, é necessário que tomemos as ruas no próximo sábado (20), engrossando as fileiras dos atos em homenagem ao Dia da Consciência Negra, mas também pelo impeachment de Bolsonaro. As manifestações serão conjuntas em defesa da igualdade racial, da vida, da democracia e do emprego e, nesta data, ninguém deve ficar em casa. O Brasil e os brasileiros dependem de nós! 

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