Única saída democrática para a crise é derrubar o governo Bolsonaro-Mourão
"A esquerda estará pronta para trocar seus pendores eleitoralistas pelo engajamento em um movimento de ruptura que dê vida a um caminho efetivamente democrático e popular, com a antecipação das eleições presidenciais?", questiona o jornalista Breno Altman
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Nossa consigna de agitação deve ser “Fora Bolsonaro”, como no passado foi “Abaixo a Ditadura”.
Mas às forças populares não interessa o impeachment. Além de demorar meses, representa colocar o centro de decisão nas mãos das forças oligárquicas que controlam o parlamento e o STF, permitindo a troca de Bolsonaro por Mourão e continuando em vigência o mesmo projeto antipopular. Só ajudaria na reorganização da direita.
A esquerda deveria defender a única saída democrática para a crise: derrubar o governo Bolsonaro-Mourão e convocar novas eleições presidenciais, com a anulação das fraudes judiciais que impedem Lula de concorrer.
Isso somente será possível com uma rebelião popular. Do tipo que, em 2001, na Argentina, fez o então presidente Fernando de la Rua fugir de helicóptero da Casa Rosada.
Massas na rua, insubmissas e insurgentes, exigindo que o poder seja depositado nas mãos da soberania popular: essa é a alternativa que muda o jogo, o resto é mais do mesmo.
Ainda não estamos em uma situação desse tipo, mas a crise sanitária, econômica e social provocada pela expansão do coronavírus, da forma como é tratada pelo governo Bolsonaro, poderá nos aproximar rapidamente desse cenário.
Claro que essa evolução não será possível ou aconselhável enquanto a pandemia estiver em seu auge, mas pode ser esse o caminho na etapa seguinte.
A esquerda estará pronta para trocar seus pendores eleitoralistas pelo engajamento em um movimento de ruptura que dê vida a um caminho efetivamente democrático e popular, com a antecipação das eleições presidenciais?
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