União em torno das reformas e não à pregação do ódio

A palavra de ordem das classes médias, tradicional ou nova, deve ser de união pelas reformas que representam o avanço da democracia brasileira

A palavra de ordem das classes médias, tradicional ou nova, deve ser de união pelas reformas que representam o avanço da democracia brasileira
A palavra de ordem das classes médias, tradicional ou nova, deve ser de união pelas reformas que representam o avanço da democracia brasileira (Foto: Chico Vigilante)


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Em meio à tempestade política que se encontra este país, com o vazamento selecionado de denúncias de corrupção e sua replicação pelas redes sociais, incitando o ódio e o conflito entre situacionistas e oposicionistas, é necessário se distanciar e lançar um olhar crítico sobre que lição tirarmos desta efervecência.

Um das análises mais lúcidas que li ultimamente foi publicada no Observátório da Imprensa, por Sérgio da Motta. Num corte histórico ele sugere que o PSDB e o PT falharam ao não conseguir transformar a classe trabalhadora brasileira em uma classe média forte.

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Afirma que o PT esteve perto disso, mas suas alianças e coligações, além do sistema de financiamento corporativo das campanhas entre outras razões desequilibraram a governança do partido.

O que surge dai? agora a nova classe média tem suas conquistas ameaçadas pelo conservadorismo da classe média tradicional, insatisfeita por não ter sido contemplada em suas aspirações pelo PT, apesar de ter tido seus padrões de vida também melhorados.

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Como afirmei em artigo recente, quem saiu as ruas majoritariamente para defender o impeachment de Dilma foi a classe média tradicional e não esta nova classe média surgida a partir da classe trabalhadora, nos últimos 12 anos de governos petistas.

A classe média conservadora burguesa que saiu as ruas para defender o impeachment, mesmo sem entender exatamente como funciona o processo, estava errada? Não estava errada. Nem em se manifestar ou em querer ter respostas para suas aspirações.

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Erra sim, em enxergar o inimigo na figura de Dilma e do PT e em pregar o ódio, o desrespeito, o uso da violência e o desrespeito às leis contra um governo eleito democraticamente.

O que todos devem procurar entender é que o PT não é a maldição do Brasil, que Dilma e Lula nem sempre foram desrespeitados e tratados como inimigos do país. Denegrir Lula é hoje a principal meta dos tucanos porque ele é o candidato mais forte para as eleições de 2018.

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Quando elogiá-lo era bom para os interesses da oposição Aécio Neves o tratava como "fenômeno". Em entrevista ao Estadão em julho de 2010, Aécio afirmou que Lula representa a aspiração legítima de ascenção social do povo brasileiro. E é verdade.

Agora que perdeu as eleições e o seu nome e o de seu partido está vinculado a uma série de denúncias de corrupção (vide meu ultimo artigo no 247 A Máscara Tucana Caiu) o mote é pregar o Fora PT, a qualquer custo, é tentar provar que a corrupção do mundo tucano é apenas uma miragem, mas trata-se de realidade no mundo petista.

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Minha grande preocupação hoje como fundador do PT, e como cidadão brasileiro é fazer com que a população entenda que a participação política e a organização da sociedade em partidos ou organismos representativos é a maneira mais eficaz de mantermos as conquistas até hoje obtidas e de avançarmos na radicalização da democracia.

Não podemos, então, ser simplistas e sair por ai repetindo que todo político do PT ou de qualquer outro partido é corrupto de uma forma geral. Não podemos deixar que nesta luta de querer sangrar o inimigo, inflamada pela imprensa e pela oposição, a grande perdedora termine sendo a importância da política.

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Desta forma, vence a despolitização e ganha o ódio e não a análise histórica social e política do momento.

O importante é entender o que realmente aconteceu nos últimos anos. Nos governos petistas o Brasil avançou e vamos continuar avançando. O fato é público e notório e reconhecido internacionalmente.

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Apesar da imprensa familiar nacional pregar a calamidade econômica há meses, como um mantra diário, este mês a agência Standart&Poors manteve o Brasil como bom pagador e na condição de "grau de investimento", por ter aplicado o ajuste fiscal.

Esta imagem, aliada a de um país sem riscos de racionamento de energia - concretizada nas ultimas semanas - mostra que o cenário negro é a farsa de sempre desenhada pelos inimigos de plantão.

As medidas anti corrupção são inegáveis. Nunca se investigou tanto. Nunca se puniu tanto. Mais uma foi anunciada esta semana pelo Tribunal de Contas da União determinando que a Petrobras modifique a forma de contratar obras e serviços de engenharia e passe a adotar informações mais detalhadas nas licitações.

A medida quebra um regulamento licitatório simplificado, usado pela Petrobras com base em um decreto do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que autorizou a estatal a não cumprir a Lei de Licitações.

O modelo facilitou uma série de irregularidades e abusos na contratação de obras como os identificados atualmente na Operação Lava Jato.

Relatada pelo ministro Vital do Rêgo, o objetivo da materia é tornar o processo de contratação mais transparente, eliminando brechas para fraudes, como superfaturamento de contratos e favorecimento a empresas.

O importante agora é que as novas medidas anti corrupção propostas por Dilma recebam apoio popular para que passem no Congresso Nacional. Sem ele, a aprovação não está garantida.

O importante é que os movimentos sociais provoquem e incentivem o debate em torno deles e da reforma política, necessária ao aperfeiçoamento do sistema eleitoral brasileiro, foco de corrupção. Este deve ser o objetivo da sociedade. Se unir em torno de novas conquistas, e não se dividir em nome do ódio.

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