"Uma pistola na cabeça da democracia"
"Para a campanha de Lula, que tem se esmerado na segurança do ex-presidente, fica o alerta de que todo cuidado é pouco", escreve Bepe Damasco
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O título do diário argentino Página 12 retrata com perfeição o significado e a gravidade do atentado sofrido na noite desta quinta-feira (1) pela ex-presidente e atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Toda solidariedade à Cristina e repúdio veemente a esse bárbaro ataque.
A imagem chocante mostra que ela só está viva devido a uma falha técnica na pistola do homicida, que, carregada com cinco balas, não disparou. O autor do ataque é o brasileiro Fernando Andres Sabag Montiel.
Que vergonha!
Fernando, que tem 35 anos, vive na Argentina desde a década de 1990 e tem uma passagem pela polícia por porte de arma branca, é com certeza produto do discurso de intolerância e ódio que, exportado do Brasil, se dissemina pela Argentina.
A exemplo do que aconteceu aqui com Lula e o PT, no país vizinho, a vice-presidente é vítima de um cerco judiciário e midiático sem precedentes, um autêntico lawfare. Outra coincidência: Cristina lidera todas as pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições presidenciais.
Neste enredo antidemocrático, existe até o “Moro deles”, encarnado na figura do promotor federal Diego Luciani, que na segunda-feira passada pediu que Cristina seja condenada a 12 anos de prisão e inabilitada para exercer cargos públicos.
Diversos juristas, no entanto, afirmam que os processos estão repletos de falhas, faltam provas e o direito de defesa foi cerceado.
Para a campanha de Lula, que tem se esmerado na segurança do ex-presidente, fica o alerta de que todo cuidado é pouco. Afinal, quando cães hidrófobos como Fernando Montiel podem estar à espreita para atacar?
Ou alguém dúvida que na matilha bolsonarista tem gente capaz disso?
O presidente Alberto Fernández convocou para esta sexta-feira um feriado nacional para que os argentinos possam repudiar o crime e expressar solidariedade à Cristina.
Reflitamos nós brasileiros também sobre a urgência de varrer o fascismo.
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