Uma nova guerra mundial e suas consequências

A felicidade coletiva futura ficará para o futuro e ponto final. As luzes se apagam no mundo

(Foto: REUTERS/Oleksandr Ratushniak)


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Não restam mais dúvidas, vivemos uma terceira guerra mundial onde o principal polo de conflito se dá entre a OTAN e a Rússia. 

Ninguém gasta bilhões de dólares em um conflito de brincadeira. O uso ou não de armas nucleares é algo incerto, mas provavelmente a luta dos lados beligerantes se darão pelas vias convencionais. 

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Essa guerra vai romper a OTAN, vai envolver o Japão, Taiwan e China; trará desdobramentos no Oriente Médio. O hemisfério sul, como sempre, será o elo mais frágil desse confronto de imperialismos. Surpreendentemente a Coreia do Norte assumirá uma posição bem cautelosa, respondendo militarmente caso haja ameaça a sua soberania. 

O efeito mais rápido que veremos nos próximos meses é a destruição das instituições democráticas europeias, seja se valendo da excepcionalidade do momento, seja pelo avanço do fascismo. A ideia de que a extrema direita não quer guerra é um slogan eleitoral, mas não se cumprirá. 

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A inflação vai corroer todas as economias do ocidente e chegaremos no fim do padrão dólar na economia global. A quebra de bancos como o Credit Suisse é apenas a prova do processo brutal de entesouraremos em espécie da elite. “Quando há sangue nas ruas, compre ouro e propriedade.” Foi sempre assim. Os bancos passarão, na prática, para a direção do Estado. A socialização do prejuízo será a dinâmica da nova grande guerra. 

Até o final desse ano tropas norte-americanas vão entrar no cenário pela Polônia e estaremos no “ponto de não retorno”. Essa não é uma guerra entre classes. Não há lado para a classe trabalhadora. Óbvio, pois nos últimos 20 anos assistimos não ao desenvolvimento das forças produtivas, mas sim das forças consumistas. Alienada, a classe trabalhadora morrerá no front. 

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Dessa guerra pouco teremos a perspectiva de rompimento com o capital e de uma nova era socialista que iria flertar a humanidade por mais uma vez. Não. Esse tempo acabou. A esquerda aceita as leis do capital e, assim sendo, é uma de suas faces. Trocou a luta de classes pelo distributivismo e às questões relacionadas ao gênero e à identidade, aumentando, no fim, ainda mais as forças consumistas. 

Como já definiu Marx, o capitalismo é um museu da opressão da História da humanidade objetivada em suas ações concretas e que rodeiam os seus interesses. Mas, em muitos aspectos, a atual conjuntura mostra uma burguesia tão alienada como aquela da primeira guerra mundial, destacaria a ilusão de que nas guerras capitalistas duas ou mais forças beligerantes capazes de se defenderem e atacarem seus inimigos poderá resultar em algum resultado diferente da catástrofe. 

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…e será esse o resultado dessa nova grande guerra mundial: a catástrofe. O socialismo nunca foi uma espécie de “destino manifesto” dos marxistas, mas uma opção possível e consciente das sociedades humanas, vis a vis as brutais contradições derivadas da luta de classes. 

Mas os mecanismos criados pelo próprio capital para alienar a massa são de um poderio gigantesco criando quase um aporismo. Poderíamos exemplificar os aplicativos de linha infinita, como o Instagram. Esses aplicativos estão nas mãos de todos: do milionário ao morador das favelas. Nele se encontra uma janela que devora a consciência do usuário ao ponto de não se perceber que ambas as faces da moeda compartilham o mesmo conteúdo, driblando o fato de que um lado nada tem e o outro lado tudo tem. Compartilhar a ilusão de um mundo que não existe em um mesmo aplicativo viciante e improdutivo é a grande  jogada do capital em seu estado mais avançado. 

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Nem entraremos aqui no fato de que essas redes sociais são ferramentas da mentira e da boataria hoje aperfeiçoada pelo deep fake. Para parar esse processo só através da imediata proibição dessas plataformas e fazer da internet um serviço restrito fisicamente e controlado em seu conteúdo.  

Mas quem teria politicamente coragem para tal assertiva? Pois então, do infinito mundo da fantasia, assistiremos aquela que será a pior e a mais devastadora guerra já criada pelo Homem. Até que as bombas cortem os sinais de rede. Todos vamos sangrar, inclusive os EUA em seu próprio território, seja por força militar estrangeira, seja por uma eminente guerra civil. 

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A felicidade coletiva futura ficará para o futuro e ponto final. As luzes se apagam no mundo. Não há mais interesse do capital em coisas que vivem. Só há morte e destruição nesse caminho. Não chegamos em um futuro de luzes, mas em uma nova Idade Média. Vivemos, assim, o futuro traído. Uma pena… a humanidade teve a chance, no século passado, de evitar tudo isso… não aproveitou, o trem da história passou. Não nos resta mais nada. No capital não vivemos, apenas gastamos tempo. Somos o que consumimos… vidas que se encerram na velocidade e na insignificância de um olhar em relance de uma postagem desinteressante do Instagram.

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