Uma ideia necessária para defender o jornalismo
Apareceu uma proposta para quem já se deu conta de um problema maior das sociedades contemporâneas -- as plataformas que monopolizam as redes sociais, exibindo um poder reconhecido de manipulação e controle sobre a vida social de povos e países, escreve Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia

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Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia
"Dilema das Redes," um dos grandes sucessos do Netflix em 2020, apresentou uma descrição deste universo, a partir de dramas familiares e contradições morais da sociedade norte norte-americana, expostos em depoimentos de executivos do Google, Facebook, Twitter, Instagram, etc, que dominam a comunicação social de nosso tempo.
A novidade é que, de forma ainda embrionária, em várias partes do mundo começou um debate para se encontrar uma luz no fim de um túnel ameaça transformar o século XXI numa nova Era das Trevas.
Em 3 de maio, a Federação Internacional dos Jornalistas, que reune sindicatos e associações de 120 países, abriu a discussão com o lançamento de uma Plataforma Global por um Jornalismo de Qualidade.
A partir da compreensão de que um dos efeitos catastróficos do monopólio das plataformas consiste na ruína econômica do jornalismo, situação que se vê no interior da Índia, nas grandes cidades brasileiras e também em Nova York, a proposta é criar uma taxa para permitir a formação de fundos capazes de garantir recursos para uma atividade que sempre será custosa. O argumento é simples.
Sabemos que, na prática, as plataformas são duas vezes responsáveis pela ruína atual da maioria das empresas de jornalismo. Não apenas agem como parasitas que se apropriam de notícias produzidas pelos veículos tradicionais, sem arcar com as despesas correspondentes.
Também são as principais responsáveis pela divulgação e produção de notícias falsas, essa praga que enfraquece valores indispensáveis a toda sociedade democrática -- inclusive a confiança no jornalismo.
Lançada há poucos, a proposta de criar um fundo em defesa do jornalismo tem avançado em vários países, inclusive no Brasil, com a participação de sindicatos de jornalistas e políticos envolvidos com a CPI das fake news.
"Neste momento, estamos na etapa de conversar com especialistas em parâmetros legais, para ver quais seriam as regras na formação de um Fundo Público", explica Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de S. Paulo.
Ninguém sabe aonde esse debate vai chegar mas é difícil negar sua urgência e necessidade.
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