Uma frente, urgente, para derrotar o genocida



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Há poucos meses, todas as reportagens sobre política dos Estados Unidos exibiam a figura tosca, agressiva, debochada, machista e supremacista de Donald Trump. Como o último ano de seu mandato presidencial coincidiu com a pandemia, o povo daquele país teve o dissabor de experimentar os estragos de um governo ignorante, negacionista e autoritário, que tripudiava das opiniões de quem queria organizar a estratégia de combate ao Covid-19, com base nas evidências científicas e adiava providências obvias. Promoveu comícios sem distanciamento, nos quais a maioria não usava máscara. Sua aventura política terminou com a derrota nas urnas, não sem antes provocar centenas de milhares de mortes e sequelas da doença, prejuízos à economia, especialmente aos empregos, e vexames como a invasão do parlamento por uma horda de trumpistas dementes, que provocaram a morte de 4 cidadãos.

Biden assumiu em 20 de janeiro, há pouco mais de três meses, e com determinação política e serenidade, comandou a aceleração da vacinação, que fez a média de óbitos de 3 mil e duzentos por semana, em 10 de janeiro, para 717 em 20 de abril. Não desdenhou da ciência, ao contrário, empoderou os pesquisadores. Investiu o que foi necessário e estimulou a população a seguir as medidas de distanciamento, uso de máscara e higienização. Lançou planos muito ousados de estímulo à economia, apoio às famílias prejudicadas em suas rendas e às pequenas empresas. Além de um pacote de apoio à inovação tecnológica, vital para a corrida tecnológica, Biden propõe o aumento de impostos sobre o lucro das empresas e as rendas dos mais ricos. Convocou uma cúpula do clima e fez um pronunciamento memorável sobre o racismo sistêmico nos EUA, quando comentava a condenação do policial que sufocou e matou George Floyd.

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Sabemos bem que os Estados Unidos são imperialistas e não temos ilusão de que Biden tenha qualquer autocrítica em relação à essa política estúpida de seu país. Mas tratamos aqui da política dele, de sua vice Kamala Harris e seu partido, para os assuntos internos e para a competição da maior economia do mundo com o pujante bloco asiático. E usamos esse exemplo para mostrar como um país pode superar suas crises e seus desafios.

Aqui, o trumpista Jair Bolsonaro continua a destilar sua ignorância e seu deboche, negacionista, machista, racista, genocida e ecocida. Seus atos e omissões provocam a maior média de mortes do planeta, por Covid-19. A política externa, mesmo com a mudança de chanceler, é tosca e reforça uma imagem desastrosa. A economia padece, amarrada pela visão ultraliberal, medíocre de Paulo Guedes. Em 2020, foram derrotados no parlamento, quando a oposição e parcela da base aprovaram o auxílio emergencial de 600 reais e linhas de crédito para as micro e pequenas empresas, além de regras de suspensão dos contratos de trabalho e redução de jornada com apoio financeiro do governo. Este ano, adiou essas medidas e, quando aceitou, vieram atrasadas e muito menores que o necessário. Continuam praticando a religião do “teto de gastos”, que foi abandonada por quase todos os países, alguns na pandemia, outros bem antes, por estratégia de crescimento.

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A lambança mais recente aparece com o orçamento de 2021, cujo relator fez todo tipo de erros e trapaças, o que levou a um impasse, só superado com a ajuda de um senador do PT, Rogério Carvalho, que propôs um mecanismo para excluir certas despesas emergenciais do teto de dispêndios. Mesmo assim, é um orçamento totalmente fora da realidade, seja da economia nacional, seja da emergência sanitária e social provocadas pela pandemia. Bolsonaro ainda tem 20 meses de mandato e tudo indica que Paulo Guedes segue com ele. O Brasil vai ladeira abaixo e o Orçamento de 2021 só reforça isso. 

A fome cresce, a desesperança avança e só uma ampla unidade política desenvolvimentista, em defesa da democracia e da soberania nacional, pode romper esse descalabro. Para liderar essa frente, há uma pessoa, experiente, provado na adversidade, que suportou 580 dias de cárcere para provar sua inocência e pode se colocar à disposição do povo sofrido, que foi enganado pela mídia e levado a votar no facínora genocida. Esse é Luís Inácio e está novamente diante do desafio. E nós, com ele, pra lutar em defesa do Brasil, democrático e justo, soberano e fraterno.

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