Uma entrevista reveladora
O PT que assusta o poder dominante é o mesmo que atrai os trabalhadores
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Recebido numa casa que por décadas lhe persegue, injuria, difama, calunia, e serviu de instrumento da lava jato para a sua prisão, Lula mostrou serenidade e altivez de um estadista. E recebeu do porta-voz, Bonner, a afirmativa que soa como uma autocrítica farisaica; “O senhor não deve nada à Justiça”.
A Globo escancarou seu antipetismo e preconceito ideológico ao MST.
O PT que assusta o poder dominante é o mesmo que atrai os trabalhadores. É o mesmo que acalenta o sonho de milhares em crer e lutar pelo seu objetivo estatutário: Art. 1º. O Partido dos Trabalhadores (PT) é uma associação voluntária de cidadãos e cidadãs que se propõem a lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinadas a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático.
Para uma entrevista feita, pois, por inimigos político-ideológicos, Lula se saiu muito bem. E sempre com seu sorrisinho maroto.
“O Bolsonaro parece um bobo da corte”, disse Lula a respeito do orçamento que não é ele, o atual presidente da República, que controla e sim o corruptor Arthur Lira.
Pode até parecer o bobo de sua própria corte, mas ele é de fato o escroque genocida do Brasil.
O orçamento secreto (corrupção oficializada) subverte a independência dos poderes, porque a função e responsabilidade de executar as políticas públicas, consoante ao orçamento, são dos governos federal, estadual e municipal, não cabe ao Legislativo.
As funções dos três poderes, consagradas pela Carta Maior, vem sendo promiscuídas e, por efeito, produzindo uma balburdia institucional.
Lula na entrevista deu um recado para ganhar no primeiro turno, e ratificou o fundamental: governar para o povo em parceria com a sociedade organizada. Ele poderá fazer um governo que surpreenda a esquerda e a direita.
O Brasil tem uma Constituição que obriga o Estado a prover a população de emprego, moradia e alimentação (artigos 1°, 3°, 6°, 7°, 23º - IX, 170º, 193°) bem como os compromissos internacionais (art. 23 da DUDH, XXV; artigos 6º e 7º do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e culturais da ONU).
A democracia atual é a da fome, do desemprego e das consequências do genocídio sanitário, situação que torna imperativo priorizar a economia.
Restaurar o Estado de direito para depois cuidar da economia é uma lógica etapista, dicotômica, que abstraia a dinâmica dialética da política, como um todo entrelaçado, não segmentado. Pensamento desse tipo é mais próprio dos que estão longe de sentir a trágica situação social dos trabalhadores, sem emprego, sem teto, sem comida, sem saúde.
Para sair da crise atual rumo aos cumprimentos das obrigações e direitos constitucionais, o novo governo precisará organizar o MUTIRÃO DA CIDADANIA.
A União (governo federal, estaduais, municipais), num esforço concentrado, deve realizar um planejamento global e detalhados por ente, para traçar as metas e os respectivos cronogramas, transparentes para que a sociedade possa acompanhar e cobrar, no sentido da superação emergencial desta trágica crise social.
Para isso, a parceira público-privada será necessária, com regras claras, que beneficiem a sociedade e não tanto o inevitável lucro.
O capital financeiro que não produz e nem disponibiliza crédito a juros civilizados precisará ser controlado.
Não é mais crível, humano, um país que tem altíssima renda concentrada em pouquíssimas mãos e um povo miserável. Essas regras que favorecem o capital financeiro em detrimento do país precisarão ser desarmadas. E já no primeiro semestre do novo governo, por delegação da soberania popular manifestada neste próximo sufrágio universal.
Se não tirar de quem tem, vai fazer o quê? Continuar pedindo emprestado, pagando juros exorbitantes, aumentando a dívida, e permanecendo o povo trabalhador no sofrimento. Até quando?
“A lei foi feita para garantir que o sistema financeiro receba a sua parte. Quero saber quando vamos ter lei para que o povo receba sua parte”, disse Lula em recente entrevista a blogueiros.
O Brasil tem dinheiro, mas precisa ser distribuído em benefício do povo - é mandamento constitucional!
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