Uma campanha salarial forte favorece o governo

Debate levantado entre TAEs, de como a campanha sálarial poderia impactar o governo Lula

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Dinheiro (Foto: José Cruz/Agência Brasil)


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Um debate que surgiu na Técnico Administrativo Educacional (TAEs), base sindical que integro, foi sobre como a campanha salarial poderia impactar o governo Lula. Alguns companheiros defendem haver a necessidade de parcimônia com o governo, enquanto outros, eu estava entre estes, defendiam que fazer uma campanha forte era defender o governo frente a direita.

Falência da terceira via

Os golpes de Estado e todas as iniciativas da direita, principalmente do imperialismo, demonstraram a falência da política de conciliação da terceira via. O imperialismo deixou claro não ter disposição para tolerar um governo nacionalista.

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As eleições no Congresso neste início de ano são mais um indício disso, Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito presidente da Câmara com a maior votação histórica para o cargo. No Senado não foi diferente, o presidente eleito foi Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o congresso como um todo está nas mãos da direita.

Nessas eleições, com a política parlamentar de conciliação, o governo se limita a ser uma oposição minoritária ou realizar alianças com os parlamentares da direita. O problema da posição de alianças é que esta tem um limite político, orçamentário.

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Os senadores, por exemplo, já explicitaram não haver “clima” para exonerar Roberto Campos Neto da direção do Banco Central, o que seria uma posição de defesa da economia nacional. Fica claro que o pouco que esses parlamentares cederem em favor da população vai custa caro, cada vez mais caro, uma disputa econômica desleal com o imperialismo.

Um governo refém

O governo Lula assumiu apenas por pressão popular, pelo medo do imperialismo de perder o controle sobre o Brasil, essa colônia que já foi a 6ª economia mundial. O regime político brasileiro encontrava-se sob uma tutela militar, sendo o governo Lula um refém dessa situação.

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O que garantiu a vitória de Lula e demais governos do PT e derrotou parcialmente o regime instituído pelo golpe foi a mobilização popular. Essa mobilização é a única força rais desse governo, da esquerda, dos trabalhadores.

Como apontado anteriormente, os acordos com a direita nessa configuração política são inviáveis. A direita cederá apenas sobre o jugo das mobilizações massivas, precisamos colocar milhões de pessoas nas ruas, para atingir esse objetivo.

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Está claro que as mobilizações da extrema-direita no dia 8 de janeiro foram apenas para preparar o ambiente político. A uma possibilidade imensa de golpe, seguindo o ritmo atual, caso não haja mobilizações massivas, é muito provável que Lula não termine o governo.

Fazer uma campanha salarial forte é defender o governo da esquerda

A melhor forma de mobilizar as pessoas é pelos seus interesses objetivos. Lutar pelas condições de vida da população é a melhor maneira de fazer com que um governo de esquerda tenha força e possa luta contra a direita.

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A polarização política é um fruto das condições de vida da população, sendo inevitável face à deterioração destas. Em vez de negar essa realidade, devemos explorá-la de forma clara e aberta.

Desejamos, na realidade, necessitamos de um governo dos trabalhadores da cidade e do campo. Então é isso que devemos colocar de forma clara, temos que fazer o governo atender essa necessidade, assumindo a política que queremos.

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O governo recebeu as entidades dos trabalhadores federais, coisa que não aconteceu nos mais de 6 anos de governo golpista, e abriu uma mesa de discussão. Demonstrou interesse, mas a força para transformar essa realidade vem dos trabalhadores mobilizados, a política do governo em se é um fruto da correlação de forças na luta entre burguesia e trabalhadores.

A mobilização dos trabalhadores é a única medida efetiva contra a possibilidade de um novo golpe de Estado. Apenas essa mobilização poderá acabar com os resquícios do regime de exceção imposto pelo golpe de 2016.

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Uma campanha forte unida pela base

Temos que iniciar nossa campanha salarial imediatamente, trabalhar para unir não apenas os TAEs, mas todos os servidores nas três esferas. Superando a questão de tratar-se da iniciativa pública ou privada, devemos unificar os trabalhadores em geral nos seus interesses básicos.

Trazer a questão não apenas da reposição para os TAEs de 27% das perdas de 2019 até 2022, mas do aumento do salário mínimo para que atenda as necessidades dos trabalhadores. Colocar a redação da jornada de trabalho para 30 horas semanais, ou menos, não apenas para parte da categoria, mas para todos os trabalhadores, para que todos possam trabalhar.

Esse é um dos intuitos da terceira Conferência Nacional dos Comitês de Luta, que acontecerá em São Paulo nos dias 21, 22 e 23 de abril. Mas esse é um trabalho hercúleo que apenas poderá ser realidade com o apoio das entidades massivas nacionais e partidos de esquerda.

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