Um New Deal como alternativa à austeridade
A austeridade fiscal continua sendo defendida como caminho único e política capaz de restaurar a confiança do mercado e assim reencaminhar o país da recessão na qual está mergulhado
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Escrevi e o 247 publicou recentemente um artigo que batizei de "Um pouco mais de Keynes, por favor".
No artigo defendi que, segundo Keynes, o fundamental para se compreender uma economia e orientar os esforços para o desenvolvimento é observar os níveis de consumo e investimento do governo, das empresas e das pessoas, partindo desse princípio, a doutrina keynesiana aponta que no momento em que as empresas tendem a investir menos, inicia-se todo um processo de retração econômica que abre portas para o estabelecimento de uma crise, assim, para que essa situação fosse evitada, ele defende a necessidade do Estado em buscar formas para se conter o desequilíbrio da economia.
Entre outras medidas propostas por Keynes está a de que os governos deveriam aplicar grandes remessas de capital na realização de investimentos que aquecessem a economia de modo geral, exatamente o que o governo golpista não faz e não pretende fazer e para ele é nos momentos de retração de economia que os governos devem passar a conceder linhas de crédito ao baixo custo, garantido a realização de investimentos do setor privado.
Somente promovendo tais medidas de incentivo, os níveis de emprego aumentariam e consequentemente garantiriam que o mercado consumidor dando sustentação real a toda essa aplicação de recursos.
O pensamento de Keynes transformou radicalmente o papel do Estado frente à economia, colocando em total descrédito as velhas perspectivas do "laissez faire" liberal.
Mas no Brasil dos golpistas vassalos ocorre o oposto. A austeridade fiscal continua sendo defendida como caminho único e política capaz de restaurar a confiança do mercado e assim reencaminhar o país da recessão na qual está mergulhado. A estratégia de corte de gastos públicos é uma estultice, é necessário fazer caminho inverso é preciso agir no sentido oposto, isto é, ampliando as despesas do setor governamental, preferencialmente em um movimento coordenado entre as principais economias do mundo.
Aliás, essa é a orientação do relatório anual que a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que afirma que a austeridade fiscal, "proclamada como quintessência da virtude macroeconômica, apenas fez agravar o quadro de incerteza e de anemia da demanda agregada, deprimindo o nível de atividade, agravando o desemprego, degradando as condições de vida da população e debilitando ainda mais a capacidade de financiamento do setor público".
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