Um governo que promete a morte

"O voto é o gesto pela vida, contrário ao gesto de apertar um gatilho e destruir a vida de alguém", escreve Marcia Tiburi

Jornal mostra resultado das eleições de 2022 entre Lula e Bolsonaro, em Rio de Janeiro, Brasil 03/10/2022
Jornal mostra resultado das eleições de 2022 entre Lula e Bolsonaro, em Rio de Janeiro, Brasil 03/10/2022 (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)


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Por Marcia Tiburi 

Com o golpe de 2016 a democracia brasileira entrou em coma. Esse estado de pré-morte intensificou-se diante do assassinato de Marielle Franco, que tornou evidente que a matança dos indesejáveis, assim como dos defensores de direitos humanos, seria a principal tecnologia da política arcaica que se reinstalava no Brasil. A paradoxal novidade da política era o retorno da violência que já se acreditava ultrapassada.  

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A tanatopolítica, ou necropolítica, como política da morte, seria o destino do Brasil, ou seja, os governos do extermínio de pessoas, e seus planos de poder econômico e político, seriam cada vez mais comuns.  

Desde 2018, as ameaças de morte contra agentes da democracia, vêm se generalizando para criar o clima de terror sem o qual o governo, que venceu a eleição em 2018, fazendo uso de Fake News e todo tipo de ilegalidades, não teria lugar.  

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Não foi por acaso que a liberação do porte de armas foi o primeiro ato desse governo da morte. A incitação à compra de armas continua servindo para criar o clima de guerra civil e de gozo com a matança que anima as massas lideradas por figuras delirantes e ávidas de sangue. Igrejas e meios de comunicação de massa, entram nesse clima de violência. Ao conjunto dessas políticas de extermínio que unem as massas manipuladas e o governo a controlar o Estado, chamamos de fascismo.
Nessa semana, Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de São Paulo, envolveu-se no assassinato de uma pessoa. Há quem diga que Felipe Silva de Lima, de 27 anos, foi executado gratuitamente. Isso aconteceu no contexto da encenação de um atentado contra o político, com o objetivo de provocar efeitos eleitorais. Se for verdade, se trata de um crime hediondo, crime eleitoral e crime contra a vida de um inocente.  

Mas quem se importa com essa vida quando a autorização para matar está dada pelo próprio presidente da República, maior garoto propaganda da indústria e do mercado de armas do Brasil?
Muitos dizem que a campanha de Bolsonaro em 2018 teria usado a chamada “fakeada” para provocar eleitores a votar em Jair Bolsonaro.  

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Bolsonaro não morreu, mas Felipe está morto. Podia ser qualquer um de nós. Quem votar em Tarcisio nos próximos dias estará apertando o gatilho contra Felipe mais uma vez.  

De fato, a democracia como política em nome de uma vida justa e boa, está por um fio.  

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O voto é o gesto pela vida, contrário ao gesto de apertar um gatilho e destruir a vida de alguém como pedem os vendedores de armas e sua guerra sem escrúpulos pelo poder.  

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