Um gesto de civilidade política
Certamente se fosse o Ciro que estivesse na situação de Lula iria talvez ignorá-lo. Para quem conhece a amabilidade que Lula tem no relacionamento com as pessoas não se surpreende com sua postura republicana. Além disso, deve-se reconhecer que Lula sempre foi um excelente negociador político em caso de qualquer conflito social e político
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Li com muita atenção as reações dos “ciristas” e de algumas pessoas ditas de esquerda que criticaram o encontro de Lula e FHC. Penso que muitos, sobretudo, os seguidores de Ciro estão misturando Alhos com Bugalhos.
No contexto atual é o senhor Lula da Silva que vem dominando a cena política brasileira e internacional como homem de Estado, e, não o ex. Presidente Fernando Henrique.
O encontro entre dois ex-presidentes e adversários políticos, não pode ser visto como "anormalidade" da vida política! O encontro entre os dois adversários políticos, dentro da situação catastrófica atual, em que o Brasil é governado por insanos e fascistas, deve ser saudado como um gesto de civilidade política diante da barbárie.
Hoje sabemos que Fernando Henrique é um morto político, se o Lula fosse uma pessoa rancorosa teria motivos para ignorá-lo, mas, Lula é um homem de diálogo aberto. Certamente se fosse o Ciro que estivesse na situação de Lula iria talvez ignorá-lo. Para quem conhece a amabilidade que Lula tem no relacionamento com as pessoas não se surpreende com sua postura republicana. Além disso, deve-se reconhecer que Lula sempre foi um excelente negociador político em caso de qualquer conflito social e político. Lula tem uma preocupação permanente com o destino futuro do Brasil.
Lula ao aceitar discutir com o FHC demonstra que acima de tudo ele é um homem de estado e humanista, o momento político atual é de gravidade, e, diante do fascismo que avança, o importante é salvar a democracia e as vidas brasileiras ameaçadas pela pandemia.
Vale ressaltar que nenhum político brasileiro foi tão maltratado e desrespeitado pelos meios de comunicações quanto Lula. O ex. Presidente do Brasil sofreu todas as formas de humilhações nesses últimos tempos de preparação de campanhas antipetista, logo em seguida a organização do golpe contra Dilma, até culminar na sua prisão injusta. Esta elite bem presente no controle dos meios de comunicações, tudo fez para destruir a imagem do Lula como o melhor presidente do Brasil. Mesmo tendo sido ela altamente beneficiada durante os anos áureos do governo Lula. Os detentores do poder econômico bajularam o Lula na Presidência por oportunismo econômico, mas, politicamente sempre almejaram sua derrota. Lula não faz parte dos herdeiros da Casa Grande!
Lula durante esse período de prisão, perdeu entes queridos, teve um enorme choque emotivo e nem a morte de seus familiares foi poupada pela oposição e por certa imprensa de esgoto. Ele teve a dignidade de viver seu luto na prisão perdoando os bárbaros. Ele fez sua terapia na prisão através da leituras, meditação espiritual e discussões com representantes religiosos que foram visita-los. Ele recebeu também reconforto do Papa Francisco que acreditava na sua inocência. Lula sempre repetia incansavelmente que não queria que o ódio se acaparasse dele. Criou uma barreira intima contra a tentação do ódio e o amor venceu. Ele tinha convicção de sua inocência. A serenidade deste homem é absoluta!
O homem de fé resistiu e saiu da prisão nos braços do povo. Depois de ser considerado inocente pela justiça brasileira, o Presidente Lula decidiu abrir discussões com representantes políticos de todos os estados do Brasil. A mesma coisa está fazendo com representantes sociedade civil. Seu objetivo principal é a luta para salvar vidas diante da pandemia, seguida da luta contra as injustiças sociais que assola a população cada vez mais empobrecida, onde a fome volta à cena no Brasil. O diálogo é a marca registrada do modo de fazer política do Lula.
Parabéns companheiro Lula pela busca incessante de soluções para salvar o Brasil do abismo em que se encontra.
Inegavelmente, hoje você representa a esperança para restaurar a República democrática do Brasil.
Nota: Quero agradecer a Ricardo Kotscho, Luis Nassif, Leonardo Attuch Gilberto de Souza, Moisés Mendes, Florestan Fernandes Júnior, Marcelo Auler, Gisele Frederice, Alex Solnik, Marco Weissheimer, Antonio Martins, Paulo Moreira, Breno Altman, Tereza Cruvinel, e, tantos outros jornalistas brasileiros, verdadeiros guardiões da democracia pelas lúcidas análises que nos ajudam a acompanhar daqui do outro lado do atlântico o que se passa na realidade socioeconômica, ambiental e política do Brasil. Daqui de Paris minha fraternura para vocês e um bom final de semana.
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