Um dia para não esquecer
"Que coisa… de Genocida a Tchuchuca há um longo e sólido caminho. E é por ese caminho que Jair Messias continua galopando solto e furioso", diz Eric Nepomuceno
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Por Eric Nepomuceno, para o 247
Antes mesmo que o 18 de agosto virasse noite rumo à madrugada seguinte tivemos um dia para não esquecer.
Primeiro, ficamos sabendo que um grupo de empresários bolsonaristas defenderam, via whatsapp, que se Lula ganhar a eleição – tanto faz se no primeiro ou no segundo turno – aconteça de imediato um golpe de Estado.
Depois, vimos como um Jair Messias mais descontrolado que nunca – é fácil imaginar o que virá pela frente daqui em diante – partindo, primeiro, para cima de um youtuber tentando arrancar o celular da mão dele. E depois, no meio de uma entrevista coletiva em que parecia especialmente tenso, berrar sabe-se lá com qual assessor um vigoroso “ninguém bota a mão em mim”. O assessor devia estar tentando o impossível, ou seja, acalmar o desequilibrado. Levou um passa-fora danado.
E culminando uma jornada tão peculiar (pelo menos até as quatro e pouco da tarde…), correu como fio d’água o tal youtuber chamando Jair Messias de “Tchucuca do Centrão”. O apelido tem tudo para pegar e ser vastamente usado durante a campanha eleitoral.
Ah, claro, teve mais: foi o dia em que explodiu mais um escândalo indicando o oceano de corrupção em que está mergulhado o governo do pior e mais abjeto presidente da história da República.
Uma jovem de 21 anos, de Goiânia, aparece como proprietária de uma empresa que faturou um contrato de 61 milhões e 700 mil reais comprando tratores de uma empresa criada há apenas dois anos. De saída, a Controladoria Geral da União desconfia de um super-faturamento de quase doze milhões de reais.
Tudo é esquisito nessa história. A jovem, Ana Luiza Batista, aparece aos seus 21 anos nas redes sociais dizendo que é vendedora em uma loja de sapatos. Já a mãe diz que na verdade ela trabalha como diarista.
Seja o que for – diarista, vendedora ou sabe-se lá a que ramo ela de verdade se dedica – mãe e filha coincidem num ponto: ela jamais teve empresa alguma. Nem sabiam, aliás, da existência da empresa envolvida.
É mais um escândalo de corrupção detectado na famigerada Codevasf – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e da Parnaíba – entregue por Jair Messias ao Centrão.
Há, mais que suspeitas, indícios palpáveis de super-faturamento em compras de tudo que é tipo, de tratores a tubos de PVC, e em todos os Estados onde a Codevasf atua.
Sim, sim, um dia para não esquecer: Jair Messias partindo para cima de um Youtuber, novo escândalo de corrupção e, claro, outra definição certeira para o mandatário: “Tchuchuca do Centrão”.
Que coisa… de Genocida a Tchuchuca há um longo e sólido caminho. E é por ese caminho que Jair Messias continua galopando solto e furioso.
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