Um ano duríssimo: mas houve vitórias importantes para as comunidades LGBTI+

Sara York faz um balanço do ano e pondera que, se de um lado 2021 foi terrível, por outro houve importantes vitórias da sociedade e da luta LGBTI+

(Foto: Abr)


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Por Sara York

Estamos encerrando 2021 com um sentimento de gratidão imenso à comunidade 247 e às coletividades LGBTI+. Foram grandes os avanços dada a insistente estrutura negacionista e anti-humanidade que nos rodeia sob a batuta deste governo. Apesar de muitos atropelos e nenhum aspecto sórore às comunidades que deveriam ser representadas pelos ministérios, resistimos!

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O compromisso com as comunidades LGBTI+ não é novidade na pós TV247, mas o posicionamento da direção para com a comunidade mais vulnerabilizada da sigla, de pessoas TRANS e travestis, ainda é inovador ao legitimar uma mulher travesti como apresentadora de um de seus principais programas.  

Apesar dos números de 2020: 175 mortas por crimes de ódio e 80% com requintes de crueldade, 2.184 pedidos de uso de nome social, 90% seguem na prostituição, 4% estão em empregos formais, 72% não possuíam ensino médio, 56% não tinham concluído o ensino fundamental, 0,02% frequentavam alguma universidade como escrevi em nota de rodapé no livro em homenagem a Dandara Ketlyn, popularizada como Dandara dos Santos e morta em fevereiro de 2017 e que teve o acusado de seu assassinato condenado apenas em 2021. No dia 20 de novembro de 2020, estreou o “Sextou com Sara”, na TV247, em 2021 foram 45 programas (fora o período de substituição durante as férias de Mauro Lopes). Abrimos com Indianare Siqueira (CasaNem) em 1 de janeiro de 2021, recebemos mais de 110 convidados e encerramos dia 17 de dezembro de 2021 com Rosimeri Dias e Tainã Bispo, quando falamos da esperança para 2022 e os 100 anos da Semana de Arte Moderna – SP. 

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Passo a enumerar algumas das notícias repercutidas em nosso “Sextou com Sara” sempre às sextas, na segunda parte do programa Giro das 11, ancorado pelo jornalista Mauro Lopes e com quem pude anunciar e por vezes comemorar, várias das notícias abaixo:

No dia 29 de janeiro, além da apresentação do Dossiê da ANTRA – que apresenta o registro das mortes oficializadas pela mídia nacional e que segue invisibilizada pelo estado, foi  lançado primeiramente em nosso programa, além disso, pela primeira vez na história, o Congresso Nacional Brasileiro foi iluminado com as cores da bandeira trans. 

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Se a cerveja é a bebida símbolo da alegria nacional, em 2021 houve pela primeira vez, uma campanha com mulher trans brasileira como garota propaganda, Sangalo Shneider e outros artistas abalaram a cena.

Um levante de 185 atores da Alemanha se apresentaram como LGBT+ em massa para enviar um aviso aos fanáticos da indústria que advertiram em manter suas identidades em segredo para que suas carreiras pudessem prosperar. 

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Uma ação que abre precedentes para outras pessoas trans, ocorreu no Amapá, onde a 1ª mulher transgênero da Guarda Civil de Macapá, celebrou a mudança de nome em farda. 

O Ministério Público da Bahia criou a primeira Promotoria de Justiça LGBT+ do Brasil.

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Mulheres trans e travestis passam a ter suas identidades de gênero respeitadas em regime de restrição ou cárcere em unidades femininas, uma decisão do STF no Brasil após ação impetrada pela ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros).

A justiça do estado brasileiro de Santa Catarina reconhece que a pessoa pode se declarar com gênero neutro na certidão de nascimento. 

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O STF ordenou alteração no sistema eletrônico do SUS para atender pessoas Trans e Travestis, reforçando a lei já existente no Brasil.

Após proposta de Daniela Mercury, Conselho Nacional de Justiça  (CNJ) cria grupo para identificar LGBTs em risco de violência

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- O herói da segunda guerra mundial Alan Turing se torna o primeiro homem gay em uma nota de banco britânica. 

- Parlamentares trans e travestis eleitas lançam Frente Nacional Transpolítica no Brasil. 

- Clubes de futebol brasileiro personalizam uniformes em apoio ao Dia do Orgulho LGBTQIA+

- Presença de LGBTs bate recorde nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Japão) e ganham medalhas, 163 atletas gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, queer, trans e não-binários, sendo 14 brasileires. 

- O Museu da Língua Portuguesa (MLP) do Brasil faz uso de linguagem não-binária nas redes e defende a variação da língua após

críticas.

- União Europeia abre processo contra Hungria e Polônia por leis anti-LGBTs.

- Apresentador da Rede TV! brasileira, Sikêra Jr, perdeu mais de 60 patrocinadores após mobilização LGBT+ e do Sleeping Giants contra falas discriminatórias em rede nacional.

-Cartórios brasileiros poderão registrar bebês intersexo com mais facilidade no Brasil. 

- No estado brasileiro do Mato Grosso, indígena trans se torna cacique da aldeia Apido Paru, da terra indígena Tadarimana, em Rondonópolis.

- Pela primeira vez em 60 anos, MISS BRASIL teve a primeira candidata trans. 

- Cuba publica projeto que abre portas para casamento homoafetivo. 

- Três regiões da Polônia - Cracóvia (sul), Rzeszow (sul) e Lublin (leste) - revogaram sua declaração de "zonas livres de ideologia LGBT", após pressões da União Europeia. 

- Casal gay brasileiro terá filhos gêmeos com material genético dos dois pais, sendo os primeiros no Distrito Federal, após nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada em junho. 

- Pela primeira vez, Nepal inclui ‘terceiro gênero’ no censo de 2021

- App Queely, que auxilia pessoas trans durante tratamento hormonal e transição de gênero, é lançado no Brasil na plataforma iOS pela Universidade Católica de Brasília (UCB). 

- A Marinha brasileira é obrigada a reintegrar militar transexual afastada há seis anos, em decisão histórica que abre precedentes antidiscriminatórios nas forças armadas. 

- A Ordem dos Advogados do Brasil, do Estado de São Paulo (OABSP), elege primeira mulher presidente e primeira conselheira travesti.

- Registro de pessoas não-binárias no Brasil, em decisão histórica, Justiça do Rio reconhece 47 pessoas como não-binárias. 

- Parlamento aprova projeto de lei que permite alteração de certidões de nascimento por unanimidade na Nova Zelândia. Política é

uma vitória para as pessoas trans, não binárias, intersex e takatā pui. 

- Brasil tem cerca de 4 milhões de pessoas trans e não binárias, revela estudo da Unesp, inédito no país. 

- Brasil é eleito o 15º melhor destino para LGBT em 2021, apesar de “violência crescente” diz estudo da “LGBTQ+ Travel Safety Index”. 

- Pela primeira vez, uma travesti é mencionada nominalmente em prova de vestibular de uma Universidade Pública, feito promovido pela Universidade do Estado de Goiás - UEG.

- Sara York torna-se a primeira âncora de uma tv do jornalismo brasileiro (ANTRA)

Referências: 

Sextou com Sara, Giro das 11 – arquivos Brasil 247:

  1. - 1 de janeiro: Indianare Siqueira (CasaNem)
  2. - 8 de janeiro: José Bonifácio
  3. - 15 de janeiro: Larissa Pelucio & Dani Nunes 
  4. - 22 de janeiro: Márcio Saraiva & Thiffany Odara 
  5. - 29 de janeiro: Bruna Benevides, Symmy Larrat & Keila Simpson
  6. - 5 de fevereiro: Anna Uziel & Ian Geike 
  7. - 19 de fevereiro: Malu Jimenez & Brune Raphael
  8. - 26 de fevereiro: Luiza Silva & Kaio Lemos 
  9. - 5 de março: Estevão Fernandes & Monica Porto 
  10. - 12 de março:  Telma Low & Amanda Palha
  11. - 19 de março: Stela Caputo & Fernanda Morais 
  12. - 26 de março: Gilmaro Nogueira & Leila Dumaresq
  13. - 2 de abril: Maria Luiza Sussekind & Tom Grito
  14. - 9 de abril: Eloi Iglesias & Larissa Latif
  15. - 16 de abril: Aline Moschen & Agata Pauer 
  16. - 23 de abril: Camila Marins & Marcia Monks
  17. - 30 de abril: Natanael Duarte & Anne Mota 
  18. - 14 de maio: Leandro Colling & Wescla Vasconcelos
  19. - 4 de junho: Bruna Benevides & Luiz Morando 
  20. - 18 de junho: Céu Cavalcanti & Beatriz Adura 
  21. - 25 de junho: Simone Ávila & Lorena Henn
  22. - 2 de julho: Thiago Coacci & Jaqueline Gomes de Jesus
  23. - 9 de julho Rodrigo Borba & Brune Medeiros 
  24. -16 de julho: Vaz Neto & Xan Marçal
  25. - 23 de julho: Danie de Jesus e Frida Pascio
  26. - 30 de julho: Renan Quinalha & Giowana Cambrone 
  27. - 6 de agosto Mailsa Carla Pinto Passos & Eder Fernandes Monica
  28. - 13 de agosto: Iran Mello & Rodrigo Maranhão 
  29. - 20 de agosto: Mariana Castro & Rhaul Lemos
  30. - 27 de agosto: Fernando Seffner & Daniela Andrade
  31. - 3 de setembro: Rita Colaço & Marco Gavério
  32. - 10 de setembro: Edmea Santos & Thais Emilia 
  33. - 17 de setembro Jane Paiva & Fabio A G Oliveira
  34. - 24 de setembro: Ana Lucia Goulart & Claudia Reis 
  35. - 1 de outubro: Geovana Lunardi & Alessandra Makedda
  36. - 8 de outubro: Marco Antônio Alves, Inês Barbosa & Yuna Vitória 
  37. - 15 de outubro: Sergio Baptista da Silva, Regina Facchini & Victor Viana 
  38. - 22 de outubro: Rosangela Malachias & Letícia Carolina Nascimento 
  39. - 29 de outubro: Cátia Antonio e Felipe Carvalho 
  40. - 5 de novembro Jacqueline Rocha Côrtes e Giovana Xavier
  41. - 12 de novembro: Bia Crispim & Daniel Cara
  42. - 26 de novembro: MicheleVilaça Lino & Alexandre Bortolini
  43. - 3 de dezembro: Luis Felipe Miguel & Ricardo Lodi
  44. - 17 de dezembro: Tainã Bispo & Rosemeri Dias 
  45. Esteéia ancoragem: Alexandre Padilha, Henrique Pizzolato & Miriam Grossi


Outras referências:

Sobre o caso Dandara dos Santos: aqui

Retrospectiva LGBTQIA+ 2021 Por Valentin L. Petrovsky

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