Tucanos (ainda) soltos
com os valores revelados da mesada recebida por Aécio, cabe uma reparação histórica e passar a chamar de “mensalinho” a Ação Penal 470. De qualquer forma, a bola da vez, já coberta de teias e ceticismo, é Eduardo Azeredo. Mesmo que haja condenação e prisão de Azeredo, a mácula seletiva da justiça permanece
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Em artigo recente na Folha de S. Paulo, o ex-articulista Aécio Neves esperneia, alegando sua inocência, e que é um perseguido. Faz sentido agir assim, pois a Justiça tem agora a oportunidade de mostrar se é imparcial ou cega. Fico com a segunda opção, valendo a regra de que tucanos não são punidos. O mais crítico é saber que por pouco esse criminoso não foi presidente da República. A pessoa que estaria no lugar de Dilma Rousseff fez de tudo para minar seu governo e tirá-la do poder. Se lá estivesse, qual teria sido o preço da compra do apoio parlamentar em função de todos os crimes que cometeu? Com o processo agora, explica-se sua atuação. Assim, com os valores revelados da mesada recebida por Aécio, cabe uma reparação histórica e passar a chamar de “mensalinho” a Ação Penal 470.
Vivenciamos também a oportunidade única de ver Aécio Neves processado e Dilma Rousseff tirando-lhe a vaga no senado. Um com graves crimes gravados e ameaçando matar. A outra com as pedaladas equiparadas a atentado contra a humanidade. Veremos até que ponto há realmente Justiça neste país. Mas nunca esquecer que o tucano é ave protegida pelos ibamizados tribunais deste país.
De qualquer forma, a bola da vez, já coberta de teias e ceticismo, é Eduardo Azeredo. Mesmo que haja condenação e prisão de Azeredo, a mácula seletiva da justiça permanece. Joaquim Barbosa, em função de sua atuação e crítica à corrupção, pode até se beneficiar politicamente, como indicam algumas sondagens, mas é o povo que padece da injustiça institucionalizada.
Por fim, a briga entre PSDB e PSB em São Paulo é somente fachada, pois o plano, desde o início, é fazer Márcio França governador, garantindo um palanque para Alckmin. Depois, o governador supostamente eleito migra para o ninho tucano e fica tudo nos trilhos, como acontece há décadas. E o neófito Dória fica fora do páreo, convencido que foi a sair da prefeitura, marcado como traidor e incompetente.
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