Trump: um doido ou um inimigo?
Pelas matérias do Washington Post e de The New York Times, ficamos sabendo que Trump é tratado como um idiota, alguém que pode ser enganado até para se surrupiar documentos em sua mesa de trabalho
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Um dos maiores problemas das democracias atuais é a mídia hegemônica, atuando unicamente em favor do sistema financeiro internacional, a banca.
Você que acompanha as notícias do mundo e não tem, muitas vezes, como comprová-las fica realmente em dúvida.
Veja um exemplo. Bob Woodward, o conhecido jornalista do Caso Watergate, escreveu o livro, ainda a ser lançado, “Fear: Trump in the White House”, cujo teor mereceria a tradução “Terror: Trump na Presidência”.
Pelas matérias do Washington Post e de The New York Times, ficamos sabendo que Trump é tratado como um idiota, alguém que pode ser enganado até para se surrupiar documentos em sua mesa de trabalho.
É difícil acreditar, embora não impossível no país que teve o ator Ronald Reagan, já em processo de demência, na presidência, confundindo o filme com a história estadunidense, em tal nível de alienação.
Mas o que cabe é a pergunta: por que estão ocorrendo estas notícias e tantas mais, com outras pessoas e para outros eventos, nos Estados Unidos da América (EUA), na França, na Argentina e, principalmente porque nos envolve diretamente, no Brasil?
Uma resposta está no magnífico trabalho do coletivo que se denomina “Économistes Atterrés” (Economistas Apavorados), traduzido em Portugal (Actual Editora, Coimbra, 2015) com título “Novo Manifesto dos Economistas Aterrados”. Transcrevo:
“As representações da realidade influenciam a própria realidade: contribuem para moldar as nossas concepções de bem-estar, tanto individual quanto coletivo, e a construir imaginários”.
A história do ocidente é também a história do poder buscando manter a ignorância e a desinformação do povo. Veja o esforço pelo analfabetismo, contrariando os discursos, das elites brasileiras.
Darcy Ribeiro ironizava ao mencionar que as escolas para cegos (1854) e para surdos-mudos (1857) chegaram ao Brasil antes das Universidades. A Lei de 15 de outubro de 1827, como tantas outras no Brasil, nunca entrou em vigor. Na verdade, o ensino laico e universal surge com a primeira grande geração de educadores - Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Almeida Júnior - que lideram o movimento para implantar no Brasil os ideais da Escola Nova, em 1932.
O conhecimento e as elites no poder nunca foram aliados.
Mais a desinformação, a construção do imaginário, de que tratam os Economistas Franceses, sempre esteve presente. A empresa estadunidense RCA, nos anos 1920, produziu o primeiro modelo de televisor, em escala industrial. A partir daí, com as imagens e as palavras, a doutrinação dos povos dispensou a escrita.
Televisão e Hollywood passaram a estabelecer um novo modelo de doutrinação. O púlpito custou a usar a televisão e o cinema. Isto pode ter-lhe valido a redução percentual de católicos pelo mundo.
Assim um anticomunismo absolutamente irracional foi construído, não houve o debate ideológico sério. Só acusações.
Nunca se discutiu um tipo de fascismo comum a todo poder que não seja transparentemente democrático. Isto tanto à direita liberal quanto à esquerda.
Vivemos neste século XXI no pior dos mundos, sob a dominação da banca.
E por que? Porque a banca nem produz, não gera emprego, mas desemprego, não produz bens, mas os encarece e elitiza, todo objetivo da banca é a financeirização da economia e a concentração de renda.
Quer uma prova? Procure saber quem são os acionistas de todas as grandes empresas, que simulam até concorrerem nos mercados mundiais. Eu lhe antecipo o resultado da pesquisa: os fundos de investimentos, os anônimos aplicadores, muitas vezes com endereço nos paraísos fiscais (uma criação da banca).
E estes fundos são donos de trilhões de dólares, três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que tem dos 10 maiores do mundo. Como um país pode se defender de tamanha agressão?
Certamente não pela mídia, absolutamente dominada pela banca.
Quando ocorre uma possibilidade de esclarecer as pessoas, promover um ensino que não se limite ao adestramento para ser robô eficiente, mas para a educação de pessoa que faça suas opções, que entenda o mundo que vive, vem logo a banca e acusa a escola de ser partidária. Daí o ensino passa a ser dogmático, do partido único, da banca.
E quem faz esta divulgação, esta publicidade negativa de uma escola que ensina? Ora, a mídia, o veículo de propaganda, de doutrinação da banca.
Voltando a Trump. Seria crível um presidente tão imbecil ou um presidente que não segue a diretriz da banca?
E, com seus trilhões de dólares, o mais fácil é comprar consciência, eliminar fisicamente concorrentes, e destruir reputações como destroi instituições e estados nacionais.
Precisamos combater a banca e seus agentes.
O prezado leitor já se deu conta que os partidários do Bolsonaro, como exemplo, pois o mesmo se aplicaria aos oito candidatos a presidente do Brasil que são apoiados pela banca, só falam em atender ao “mercado”. O ser humano está excluído de suas preocupações políticas.
A oposição à banca se resume a cinco candidaturas: Lula/Haddad, Ciro Gomes, João Goulart Filho, Guilherme Boulos e Vera Lúcia, sendo que ainda não sei se o partido desta última é radical de esquerda ou, como sabemos de outros momentos históricos, faz o jogo de interesses estrangeiros, da CIA (Central de Inteligência e Golpes dos EUA).
O inimigo do Brasil é o sistema financeiro internacional, a banca, o mercado, e não a pitoresca criação do Cabo Daciolo, a URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina).
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