Trump na linha do destino de Kennedy

Trump mexeu num vespeiro que pode complicar vida dele. Ele quer dar pitaco no FED, para conduzir a taxa de juro americana, referência mundial; dominado pelos banqueiros, o FED é o emissor de dólar

Trump na linha do destino de Kennedy
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Império em chamas

Trump mexeu num vespeiro que pode complicar vida dele. Ele quer dar pitaco no FED, para conduzir a taxa de juro americana, referência mundial; dominado pelos banqueiros, o FED é o emissor de dólar; ou seja, os banqueiros mandando no seu dinheiro, no país e, igualmente, no mundo. São eles que manipulam a taxa de juros para dar sustentabilidade ao dólar, a moeda que emitem, nas relações internacionais; é o que vem acontecendo, desde Bretton Woods, em 1944; Estados Unidos saíram do pós guerra poderosos; o mundo aos seus pés; não abrem mão disso; vão à guerra se for preciso.

Com Trump esse cenário se vira pelo avesso; o presidente republicano quer American First, custe o que custar; isso requer controle sobre quase tudo, imperialmente, principalmente, da taxa de juro; nem sequer vacila, se tiver que mandar prender concorrente em trânsito internacional, como aconteceu com a executiva chinesa, no Canadá. No mundo em guerra comercial aberta, os banqueiros e o presidente estão em campos relativamente opostos; o titular da Casa Branca exige juros baixos; sustentar o crescimento dos Estados Unidos, com geração de emprego, é a prioridade trumpiana absoluta; mantê-la, infatigavelmente, é questão de vida ou morte na guerra comercial com a China.

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Sobretudo, a taxa cadente de juros favorece a candidatura Trump em 2020; os banqueiros americanos estariam dispostos a abrir mão do seu poder de ditar o ritmo do dólar por meio da taxa de juro, para atender o nacionalismo comercial trumpiano, que exige juro baixo, cujo resultado é instabilidade monetária, na praça global encharcada de derivativos de dólar? Cabeça de banqueiro não é produção, é especulação; juro baixo para ele durante algum tempo enfraquece, relativamente, a moeda; e a moeda são eles. Moeda fraca, banqueiro quebrado; manejar a taxa de juro é a arma disponível que têm; se Trump toma essa arma deles, cria inimigos mortais.

Assassinado misterioso

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Kennedy morreu depois de uma disputa com os banqueiros americanos; desejava transferir o comando da política monetária para o tesouro, tirando-o das mãos do FED; bateu de frente com a oligarquia financeira, o poder real. Outros exemplos se destacam, no Brasil, por exemplo. Getúlio, logo após a vitória de 1930, caminhou para a moratória da dívida; o ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, relatou ao presidente as irregularidades registradas na administração da dívida pública nacional, herdadas de Washington Luis; o custo de juros da dívida massacrava a população e inviabilizava industrialização; sem crédito ao consumidor, para classe média e assalariados, não haveria produção industrial; somente mercado de dinheiro competitivo seria capaz de promover a industrialização brasileira; para tanto, os juros teriam que cair; auditoria da dívida produziu economia na redução do seu financiamento; sobrou dinheiro público para mais investimentos; depois da auditoria, a taxa de juro caiu para 7% ao ano. Os banqueiros, nacionais e internacionais, rifaram Getúlio; Dilma, em 2011, pensou possuir força para peitar banqueiros, jogando a taxa para 7%. Entrou em liquidação política até o impeachment de 2016.

Portanto, Trump que se cuide. Tá com jeito de que entrou na linha de tiro da oligarquia financeira, ao querer manipular o dinheiro dela, para sustentar nacionalismo populista trumpiano. Até agora ele estava sendo tolerado, com todas as suas estratégias e ações bizarras de um empresário presidente do império todo poderoso, mas..... tem gente mais poderosa do que ele; se continuar na linha, só poderá não perder, se convocar as massas para defender continuidade do Americna First, numa linha nacionalista agressiva fascista; seria neorevolução americana.

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Trump que apontou dedo para a mídia condenando-a poderá também apontar para os financistas imperiais donos do império, preocupados e temerosos com a saúde do dólar, sem poder conduzir seu destino?

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