Troika militar quer 20 anos no poder

"A estratégia dos partidos de oposição, que, ao que tudo indica, pretendem enfrentar separadamente o capitão, em 22, em vez de se unirem logo no primeiro turno, ajuda a viabilizar o projeto verde-oliva", escreve o jornalista Alex Solnik

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília 12/08/2020
Presidente Jair Bolsonaro em Brasília 12/08/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - A história republicana do Brasil divide-se em ciclos de governos civis e militares, uns sucedendo outros. A um período civil sucede um militar e assim por diante.

Estamos vivendo o sétimo ciclo desde a Proclamação da República.

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O primeiro, de 1889 a 1894, foi militar, com os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto na presidência da República.

Entre 1894 e 1930, foi sobretudo civil, com apenas um governo militar – Hermes da Fonseca.

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O terceiro ciclo, de 1930 a 1950, foi militar, considerando que o Estado Novo, embora liderado pelo civil Getúlio Vargas foi tutelado pelas Forças Armadas e, depois que elas o derrubaram, o marechal Dutra foi eleito pelo voto direto e cumpriu mandato de quatro anos, completando duas décadas de governo dos quartéis.

De 1950 a 64 tivemos 14 anos de governos civis, com Getúlio, Café Filho, José Linhares, Juscelino, Jânio e Jango.

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Entre 1964 e 1985, militares novamente: marechal Castelo Branco e os generais Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo prenderam e arrebentaram por 20 anos.

De 1985 a 2018, os civis Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer governaram por 33 anos.

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De 2018 a 2020, temos dois anos de governo militar.

O primeiro ano do capitão Bolsonaro foi um desastre absoluto, um circo de horrores, total descontrole, vexame, aberrações, ninguém sabia quem mandava em que, nada avançava, ministros batiam cabeça, Bolsonaro só comprava brigas, ameaçava implodir o próprio governo.

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No início de 2020 a troika militar formada pelos generais Braga Netto, Ramos e Heleno assumiu o controle e organizou o governo.

O principal objetivo do grupo é permanecer no poder 20 anos, o que não é novidade, o grupo de Fernando Henrique também sonhava com isso.

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A novidade, em se tratando de militares, é que não pretendem manter-se no poder por meio de um golpe de estado, que é coisa do passado, e que só destrói o país, mas por meio de eleições diretas.

Bolsonaro – o primeiro militar populista do Brasil - é o melhor instrumento para o projeto dar certo. Por isso o núcleo duro já atua para reelegê-lo.

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Braga Netto criou o Plano Marshall, que se desdobra, por sinal, em 20 anos, rechaçado por Guedes, mas que está sendo tocado pelo ministro Rogério Marinho.

Sem Plano Marshall não haverá retomada econômica, não haverá emprego, não haverá votos e não haverá reeleição.

Ramos negocia aliança com o Centrão para evitar qualquer ameaça de impeachment e fazer avançar a pauta do governo. Para isso precisa de cargos nas estatais, que é o que tem brecado os arroubos privatistas de Guedes e sua equipe.

Se Bolsonaro privatizar, Ramos não terá cargos para oferecer.

A outra alavanca da reeleição é o auxílio emergencial de R$600, que, apesar de ter sido proposto pela oposição, alavancou o ibope do capitão, contra todas as expectativas e que o núcleo duro forçará para continuar até o limite.

No Nordeste, segundo o último Datafolha, a aprovação de Bolsonaro subiu de 17% para 33% entre junho e agosto.

O sonho de consumo da troika é Bolsonaro se reeleger, fazer um ótimo segundo mandato e em seguida eleger seu sucessor, outro militar, membro da troika, de preferência.

E assim por diante.

A estratégia dos partidos de oposição, que, ao que tudo indica, pretendem enfrentar separadamente o capitão, em 22, em vez de se unirem logo no primeiro turno, ajuda a viabilizar o projeto verde-oliva.

Troika militar quer 20 anos de poder

A história republicana do Brasil divide-se em ciclos de governos civis e militares, uns sucedendo outros. A um período civil sucede um militar e assim por diante.

Estamos vivendo o sétimo ciclo desde a Proclamação da República.

O primeiro, de 1889 a 1894, foi militar, com os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto na presidência da República.

Entre 1894 e 1930, foi sobretudo civil, com apenas um governo militar – Hermes da Fonseca.

O terceiro ciclo, de 1930 a 1950, foi militar, considerando que o Estado Novo, embora liderado pelo civil Getúlio Vargas foi tutelado pelas Forças Armadas e, depois que elas o derrubaram, o marechal Dutra foi eleito pelo voto direto e cumpriu mandato de quatro anos, completando duas décadas de governo dos quartéis.

De 1950 a 64 tivemos 14 anos de governos civis, com Getúlio, Café Filho, José Linhares, Juscelino, Jânio e Jango.

Entre 1964 e 1985, militares novamente: marechal Castelo Branco e os generais Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo prenderam e arrebentaram por 20 anos.

De 1985 a 2018, os civis Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer governaram por 33 anos.

De 2018 a 2020, temos dois anos de governo militar.

O primeiro ano do capitão Bolsonaro foi um desastre absoluto, um circo de horrores, total descontrole, vexame, aberrações, ninguém sabia quem mandava em que, nada avançava, ministros batiam cabeça, Bolsonaro só comprava brigas, ameaçava implodir o próprio governo.

No início de 2020 a troika militar formada pelos generais Braga Netto, Ramos e Heleno assumiu o controle e organizou o governo.

O principal objetivo do grupo é permanecer no poder 20 anos, o que não é novidade, o grupo de Fernando Henrique também sonhava com isso.

A novidade, em se tratando de militares, é que não pretendem manter-se no poder por meio de um golpe de estado, que é coisa do passado, e que só destrói o país, mas por meio de eleições diretas.

Bolsonaro – o primeiro militar populista do Brasil - é o melhor instrumento para o projeto dar certo. Por isso o núcleo duro já atua para reelegê-lo.

Braga Netto criou o Plano Marshall, que se desdobra, por sinal, em 20 anos, rechaçado por Guedes, mas que está sendo tocado pelo ministro Rogério Marinho.

Sem Plano Marshall não haverá retomada econômica, não haverá emprego, não haverá votos e não haverá reeleição.

Ramos negocia aliança com o Centrão para evitar qualquer ameaça de impeachment e fazer avançar a pauta do governo. Para isso precisa de cargos nas estatais, que é o que tem brecado os arroubos privatistas de Guedes e sua equipe.

Se Bolsonaro privatizar, Ramos não terá cargos para oferecer.

A outra alavanca da reeleição é o auxílio emergencial de R$600, que, apesar de ter sido proposto pela oposição, alavancou o ibope do capitão, contra todas as expectativas e que o núcleo duro forçará para continuar até o limite.

No Nordeste, segundo o último Datafolha, a aprovação de Bolsonaro subiu de 17% para 33% entre junho e agosto.

O sonho de consumo da troika é Bolsonaro se reeleger, fazer um ótimo segundo mandato e em seguida eleger seu sucessor, outro militar, membro da troika, de preferência.

E assim por diante.

A estratégia dos partidos de oposição, que, ao que tudo indica, pretendem enfrentar separadamente o capitão, em 22, em vez de se unirem logo no primeiro turno, ajuda a viabilizar o projeto verde-oliva.

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