Triste democracia

Infelizmente, vivemos dias tristes e tenebrosos para a democracia no país. Mas é preciso reagir e pressionar os ilustres parlamentares (e há vários indecisos) a não coonestar com mas esta imoralidade, que é barrar na CCJ e no Plenário da Câmara a autorização para o processo criminal do senhor Michel Temer. Caindo o primeiro, é mais fácil derrubar os outros

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justiça (Foto: Michel Zaidan)


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"Triste democracia" é o nome do editorial do blog REALPOLITIK, alimentado pelo cientista politico, José Luiz da Silva. Nem um cidadão ou cidadã republicana digno desse título pode deixar de se indignar com as últimas decisões tomadas por ministros do STF em relação aos investigados e denunciados pela Operação-lava Jato. Nesse caso, frise-se, não se trata de mais um processo político – sempre sujeito a controvérsias e querelas jurídico-constitucionais.

Trata-se com todas as letras de um processo criminal, pura e simplesmente. Denúncias de corrupção passiva, formação de quadrilha, obstrução à Justiça, favorecimento a terceiros etc. são muito graves, gravíssimas, para permitir que os acusados se mantenham nos cargos e os usem, sem o menor constrangimento, para a obstrução do processo criminal (não politico, repita-se), constrangendo testemunhas, destruindo provas e aliciando aliados, dentro e fora do Congresso. Não se trata aí o devido processo legal, o direito ao contraditório e o respeito ao princípio da ampla defesa. Trata-se de leniência como o crime e os criminosos em posições estratégicas de poder.

Quando um dirigente é acusado, com base num conjunto probatório robusto, e nomeia um procurador(a) Geral da República, com base no grau de proximidade ou amizade que tem com o nomeado, configura-se um triste espetáculo de um ato administrativo impróprio, pôs o Procurador nomeado denunciará ou não o seu nomeador. Como fica a imparcialidade das instituições judiciárias, nesse caso?

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O mesmo raciocínio vale para os deputados e senadores, muitos já investigados e denunciados pela Justiça, que vão decidir se abre ou não o processo criminal contra Michel Miguel Temer. Eles próprios atuam em causa própria, pois serão os próximos a serem julgados, pelos crimes arrolados na denúncia contra eles.

Pior é ter um ministro do STF que não tem o princípio ético e republicado de se averbar de suspeito, quando se trata da relatoria de crimes ou processos que envolvem amigos ou clientes indiretos. A volta do senhor Aécio Neves ao Senado federal é um escárnio à consciência republicana de cada um de nós.

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Um cidadão que já devia está preso há muito tempo, em razão das provas materiais, visuais e sonoras coligidas contra si e periciadas pela Polícia Federal, terá o acinte de pousar de inocente e perseguido, na frente das câmeras de televisão, e receber os aplauso da quadrilha que o apoia, num verdadeiro acinte à cidadania e à moralidade dos negócios públicos.

Infelizmente, vivemos dias tristes e tenebrosos para a democracia no país. Mas é preciso reagir e pressionar os ilustres parlamentares (e há vários indecisos) a não coonestar com mas esta imoralidade, que é barrar na CCJ e no Plenário da Câmara a autorização para o processo criminal do senhor Michel Temer. Caindo o primeiro, é mais fácil derrubar os outros.

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